A Esperança e a Saudade
A Esperança estava cansada,
de tanto ser enganada.
Cada vez que em seus sonhos acreditava,
sempre se sentia desarmada.
Nunca estava preparada
e por mais que se esforçasse,
sempre acontecia algo inesperado,
que fazia a Esperança ficar emocionada.
Então lá vinha novamente a Saudade
e com suas palavras adocicadas,
fazia a Esperança ficar entusiasmada.
Falava de coisas amenas,
mas sempre com a intenção
de relembrar as mesmas cenas,
que a Esperança julgava superadas.
Então a Saudade aproveitava
e no coração da Esperança se instalava.
E os sentimentos que ela afastava,
de novo se manifestavam.
E a Esperança, nessas palavras acreditava.
Continuava a sonhar,
os mesmos sonhos que sonhara.
E isso muito mal a ela causava.
A Esperança ficava ainda mais iludida,
mas sempre aconteciam as mesmas coisas
e a Esperança outra vez se enganava.
Não sabia se acreditava na Saudade
ou se recusava a ouvir suas palavras,
que a seus ouvidos soavam,
como a mais bela de todas as melodias.
Assim vivia a Esperança,
sem saber em quem acreditar,
até que um dia surgiu o Amor
e a ela confessou,
que estava apaixonado.
A Esperança enfim pensou,
que já era hora da Saudade ir embora
e nela nunca mais acreditou...
Débora Benvenuti