MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

domingo, 25 de julho de 2010

A SOMBRA



A Sombra





Depois de muito me acompanhar

em noites enluaradas,

nas tarde encabuladas,

quando todos dormiam a sesta

sem pensar mais em nada,

sinto que não mais tenho

quem me siga na calçada.

A minha sombra se ausentou

e nem recado me deixou.

Procurei-a por todo o lado

e ninguém sabia me dizer

o que minha Sombra andava a fazer.

Perguntei ao Vento

se ouvira algum lamento,

algo que indicasse

que minha sombra sofria

de alguma dor que eu não sabia,

mas o Vento,indiferente

só por mim passou e nada falou.

Então a encontrei de braços dados

com outra Sombra que a mantinha ao seu lado.

As duas estavam apaixonadas

e me pediram que as deixassem partir,

sem nada pedir.

Simplesmente,

as deixasse existir.

Nesse instante percebi,

que mesmo sendo Sombras

eu não tinha o direito de impedir.

E lá se foram as duas,

caminhando lado a lado,

esquecidas de que Sombras

só são vistas na madrugada,

quando a lua encabulada

ilumina a rua lá do alto,

projetando sombras na calçada..



Débora Benvenuti

sexta-feira, 16 de julho de 2010

AONDE VAIS...?




Aonde vais...?





Abandonas-me novamente

e sais a procura de um amor distante.

Com que prazer te jogas nesta aventura

e nem sabes o que estás a procura.

Talvez encontres um amor errante

que como tu,

está perdido, só e desiludido.

Mas não te julgues realizado

se encontrares um coração abandonado.

Em algum lugar ele se encontra perdido.

Talvez tenha sido só esquecido

e esteja arrependido

de vagar sem ter sido compreendido.

Aonde vais...coração?

Por acaso me destes explicações?

Estou aqui com a alma inquieta,

triste companhia nas horas incertas.

E me deixas assim tão desamparada,

ou julgo estar enganada?

Sou eu quem te deixo partir

ou és tu que estás a decidir?





Débora Benvenuti

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MEU LIVRO NA EDITORA







DESAFIO




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MEU PRIMEIRO LIVRO DE POEMAS SERÁ EDITADO PELA
 EDITORA "CORPOS"
NA CIDADE DO PORTO, EM PORTUGAL.
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

A CAIXA DOS SENTIMENTOS



A Caixa dos Sentimentos



 
 

O Amor andava ansioso para descobrir

o que o Coração andava pensando.

Por mais que tentasse descobrir,

sempre o Coração encontrava

uma desculpa para escapulir.

O Amor já havia habitado esse mesmo Coração,

mas já fazia muito tempo e ele morria de aflição,

por que não sabia como seria recebido pelo Coração.

Inventava mil maneiras para se aproximar,

mas o Coração não abria as portas para o Amor entrar.

O Amor então tomou uma decisão:

Procurou o Coração e pediu a ele permissão,

para dar só uma olhadinha,

para ver como andava o coração.

Bateu à porta e percebeu que

a fechadura estava enferrujada,

tal o tempo em que aquela porta

 permanecera fechada.

Talvez o Coração nem soubesse

dessa triste condição,

Por que passava a maior parte

 do tempo na escuridão.

O Amor entrou,

acendeu a luz do Coração

e percebeu que ali que haviam

sido guardados um tesouro,

que valia muito mais do que o ouro.

Reluzia tanto que ofuscava a visão do Amor.

O Amor se aproximou

e encontrou uma caixinha fechada,

com uma fita amarrada.

Desatou a fita e foram saindo de dentro

da caixinhaos sentimentos

 que o Coração havia guardado:

- A felicidade, o Afeto, a Ternura,

a Sensibilidade, o Amor e a Candura

e vários outros sentimentos que o Amor

foi recolhendo,

a medida que eles iam aparecendo.

De posse de todos esses sentimentos,

o Amor chamou o Coração e a ele confessou,

que gostaria de viver para sempre

 morando naquele coração.

E os dois então decidiram,

que as portas jamais se fechariam

enquanto houvesse emoção,

e o Coração aceitasse viver

 com toda essa ilusão.


 



 

terça-feira, 6 de julho de 2010

A SOLIDÃO PASSEIA NA CLAREIRA




A Solidão passeia na Clareira


 


A noite chega de repente

e traz a melancolia

para me fazer companhia.

Escuto os sons da rua

e não vejo mais a lua

da janela do meu quarto.

Acho que ela se escondeu

para não me responder

o que faço eu,

se já não sei mais quem eu sou.

Serei a sombra de um amor

que está morrendo de dor,

da dor de não ter um amor.

A solidão passeia

na clareira,

sob a luz da lua cheia.

Seu vulto se delineia

e eu a posso ver

se enroscando no meu travesseiro,

estendendo as mãos traiçoeira,

me abraçando por inteiro.

Tento gritar bem alto,

mas nenhum som se ouve na madrugada.

O ar está quente, abafado

e eu sinto o suor escorrer-me pela face,

deslizando em gotas,

que umedecem a minha roupa .

A solidão abre as gigantescas asas,

e pousa sobre mim.

Com garras afiadas,

rasga a minha pele,

desnuda a minha alma

e me deixa nua.

Sinto a pele arder,

os olhos escurecer

e sem poder me conter,

acordo para mais um amanhecer...

Sem você!


Débora Benvenuti



 

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A VOLTA DO CORAÇÃO



A Volta do Coração





 

Um Coração que um dia havia amado,

a outro Coração por quem estivera

muito apaixonado,

resolvera voltar a procurar

esse Coração que há tanto tempo

havia abandonado.

A viagem era longa

e pela estrada ele vinha recordando,

tudo o que havia vivido com esse coração,

que tanto o amara.

Imaginou o que o Coração diria,

quando o visse voltando.

Pensou com carinho,

nas palavras que usaria,

para dizer o quanto o amara,

nesses longos anos em que sumira,

mas sempre disse que voltaria.

Isto foi uma promessa que cumpria agora,

com muita alegria,

vibrando de euforia,

por que sabia que por ele

o Coração sempre estaria esperando.

Quando chegou à casa

do Coração que tanto amara,

ele não estava mais a sua espera.

Havia partido para uma viagem

e nunca mais voltara,

por que no lugar onde ele agora

se encontrava,

só se ia,

nunca mais voltava...

domingo, 27 de junho de 2010

UM ANJO CAIU DO CÉU





 
Um anjo caiu do Céu
 



Por um descuido de um arcanjo,

um anjo distraído

escorregou pelo arco-íris

e caiu num pote de mel,

onde se alojou,

esperando ser encontrado

por um coração enamorado,

que por ele esperava,

para juntos realizarem

a tão sonhada lua de mel.

Fazia frio e o anjo

então sentiu uma vontade imensa

de estar com a sua amada,

antes que a noite o abraçasse

e não mais o largasse,

ficando ali para sempre,

mesmo não sendo ali o seu habitat.

Pensou com carinho,

nesse amor que o mantinha

a percorrer os caminhos

que nunca antes trilhara.

Rezou baixinho,

para que o tempo passasse

e muito em breve

o seu amor encontrasse

e os seus sonhos de amor realizasse.

Em algum lugar,

bem longe dali,

um Coração apaixonado

pelo anjo esperava.

E quanto mais o tempo passava,

mais o anjo se angustiava,

pois desejava chegar logo ao paraíso.

Experimentar todos os frutos

que ali encontrasse e decidir

qual deles escolheria,

pois o desejo o consumia

e a distância o maltratava.

O frio aumentava

e o anjo cansado,

dormira sentado

num banco de trem onde

à noite se abrigara.

Muitas e muitas horas depois,

despertara e nos braços do amor

se entregara.