MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

domingo, 12 de setembro de 2010

A EXPECTATIVA



A Expectativa



 




A Expectativa era um sentimento

que vivia latente

e se fazia presente

em todos os momentos.

Chegava de repente

e assumia um papel

tão enervante,

que desarmava qualquer

semblante.

Muitas vezes era tão inquietante,

que por mais que se quisesse

dela se desfazer,

não se encontrava um jeito

disso acontecer.

E ela sabia muito bem

o poder de sedução

que exercia,

qualquer que fosse a situação.

Nesse momento ela não se continha

e ia aumentando sua pressão,

até explodir de emoção.

Quando conseguia o seu intento,

deixava o ar tão tenso,

que até respirar,

se tornava um tormento.

O coração batia tão fortemente

que dava para escutar

o oscilar ofegante,

do ar que se infiltrava

pelas narinas sibilantes.

Aquele aperto na garganta

ia dando um nó tão fortemente,

que fazia a mente escurecer

e o chão desaparecer.

Depois vinha a calmaria

e a Expectativa desaparecia

bem assim como surgia.

Deixava na sua passagem

um vendaval de emoções

que estraçalhavam qualquer coração.

Quem com ela convivia todo o dia,

sabia o mal que ela fazia,

mas não conseguia

se desfazer dessa agonia,

que a todos consumia,

pelo menos uma vez ao dia.





Débora Benvenuti

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O SENTIMENTO E A EMOÇÃO





O Sentimento e a Emoção





 
O Sentimento divagava enquanto

procurava uma explicação.

Que fosse muito convincente,

para falar a um Coração.

Precisava fazer uma declaração

e não sabia como exprimir essa sensação.

A Emoção o transformava

e isso o deixava sem muita ação.

Não podia expressar mais do que pensava,

isto o faria criar outras expectativas

e essa não era a sua intenção.

Muitas vezes a Emoção o dominava

e ele não conseguia

demonstrar sua afeição.

Então esperaria a ocasião oportuna

para falar ao Coração.

Diria com sinceridade,

palavras carinhosas,

para não ferir a sensibilidade

nem causar comoção.

Com muita emoção,

com os sentimentos latentes

martelando a sua mente,

Confessou que era somente

Amizade o que sentia.

Não era amor nem outro sentimento,

Isso ficava evidente.

O Sentimento,sorridente,

enfim ficou contente:

Demonstrou seus sentimentos,

Com Emoção,sem constrangimentos.


 

Débora Benvenuti






quarta-feira, 18 de agosto de 2010

NO TÚNEL DO TEMPO



No Túnel do Tempo





O silêncio escorrega

no túnel vazio da tua ausência.

As palavras despem-se

do sentido que as cobrem

e vestem-se de longos momentos

de agonia.

Já não ouço mais nem um som.

O vazio aumenta.

O vácuo engole voraz

a tua imagem

e o meu pensamento desfalece,

e audaz se desfaz,

na poeira do tempo

que o contempla.

Quero gritar,

mas nenhum som

se dispõe a me escutar.

As palavras se dispersam

e se perdem num emaranhado

de teias invisíveis.

Não vejo mais sentido

em nada do que eu digo.

Nem com frases mais eu consigo

descrever o que eu sinto.

O tempo corroeu o meu eu.

Desfez as marcas incrustadas

na saudade que grita

e agoniza na calçada.



Débora Benvenuti

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O AMOR E A FELICIDADE



O Amor e a Felicidade





O Amor sonhava acordado.

Estava apaixonado

pela Felicidade.

Quanto ela passava,

admirava-a,encantado.

Suas vestes eram delicadas;

tinha as faces rosadas

e os cabelos encaracolados.

Exalava um suave perfume

de aroma adocicado.

Era tão encantadora

que a todos conquistava,

por onde passava.

Era envolvente e sedutora.

Trazia consigo flores,

de todas as cores.

Mas assim como chegava,

muito pouco tempo ficava.

Era muito requisitada

porque a todos encantava.

Também era muito invejada

e sempre havia alguém que a cobiçava.

O Ciúme a perseguia

e nunca a deixava sossegada.

Perseguia-a o tempo todo

sempre armando muitas ciladas.

Observa-a de longe

e não se conformava

em vê-la apaixonada.

Dava sempre um jeito de afastá-la

de quem ela mais amava.

Por isso a Felicidade

ia sempre embora,

sem mais demora.

Quem a conhecia,

Nunca mais a esquecia.



Débora Benvenuti

sábado, 7 de agosto de 2010

A IDÉIA E A EXPRESSÃO



A IDÉIA E A EXPRESSÃO





A Idéia surge de repente

e dá asas à Imaginação.

A Expressão que a tudo observa

faz anotação,

para que a Imaginação não se perca

na sua digressão.

Cada idéia representa

uma nova dimensão,

daquilo que se tem em mente

mas que precisa de Expressão.

É aí que surge o conflito

e gera novos atritos.

A Idéia busca uma nova solução

e a Imaginação entra em ação.

Observa atentamente

o que gera toda essa confusão.

Chama logo a Expressão

para que encontre

outra explicação.

E assim tudo recomeça:

A Idéia percorre o caminho inverso,

Refaz todos os versos

e percebe que tudo depende

Da forma de Expressão.





Débora Benvenuti


domingo, 1 de agosto de 2010

AO SOM DE UM VIOLINO



Ao som de um Violino





A Imaginação rodopiava alegremente

Ao som de um violino

Que chorava melodias de amor

Ao cair da noite.

A atmosfera romântica

Traduzia os sentimentos

Que esvoaçavam pelo ar

Feito folhas levadas pelo vento.

E ela sentia-se inebriante

Com a felicidade que a envolvia

Como um manto

E deixava-se acalentar docemente

Ouvindo aquele som

Que a elevava transbordante.

E o pensamento tão distante

A conduzia por terras distantes

Onde o amor fizera o seu ninho

E a conduzia, hesitante.

Tinha medo de acordar

E naquele instante

Não mais lembrar

Desse momento de euforia

Que amava tanto.

O som se extinguia lentamente,

Chorava a melodia

Que não queria se desfazer da noite

Que se prolongava...fria.



Débora Benvenuti

segunda-feira, 26 de julho de 2010

ABRAÇA A MINHA ALMA










Abraça a minha alma com ternura,



como se estivesses abraçando a lua.



Eu iluminaria o teu coração



com candura.



Como toda a lua,



seria como o mel,só doçura.



Se pensares em mim na noite escura,



quando no céu eu aparecer



calada e pura,



sinta a energia que te envio,



como forma de te amar,



sinta-me nos teus braços a sonhar.



Embala-me com carinho,



pois estou só e no céu caminho.



Sinto-me perdida



e só em ti eu ainda penso.



Quando olhares o firmamento



e no céu não me encontrares,



estarei afofando as nuvens



para nos teus sonhos



eu adormecer quando sonhares.





Débora Benvenuti