MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A INDIFERENÇA E O ENTUSIASMO



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A Indiferença e o Entusiasmo


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A Indiferença sofria de um mal
que ninguém conhecia.
Estava sempre arredia
e por mais que o Entusiasmo
se esforçasse,
nada fazia a Indiferença
mudar o humor que a consumia.
Mas o Entusiasmo não podia
falar do caráter da Indiferença.
Ele mesmo muitas vezes
se desconhecia.
Ficava muito entusiasmado
com tudo o que via
e acreditava que assim sempre seria.
Desejava tudo o que não tinha
e depois que conseguia,
lá vinha a Indiferença
lhe fazer companhia.
Um dia estava apaixonado,
fazia declarações
e acreditava em tudo o que dizia.
Mas de repente,
algo acontecia
e o Entusiasmo logo se esquecia
de tudo o que prometia.
Se apaixonava facilmente
e dizia que era amor o que sentia,
esse sentimento que o entorpecia
e quase o enlouquecia.
Mas assim como se apaixonava,
se deparava com a Indiferença,
a lhe fazer companhia.
A Indiferença lhe segredava
coisas que ele temia
e que em breve aconteceria.
Isso tudo fazia o Entusiasmo
se desinteressar
e logo outros interesses procurar.
O Entusiasmo se esforçava
para se manter sempre contente
e prometia a si mesmo
que da próxima vez
seria diferente.
Mas nada acontece assim de repente
e o Entusiasmo sofria
por não conseguir o seu intento.
A Indiferença estava sempre presente
em todos os momentos.
Invadia o seu pensamento
e fazia o Entusiasmo
desistir de todo o seu intento.
Amnésia era o mal que acometia
o Entusiasmo.
Depois de algum tempo,
Ele tudo esquecia...



Débora Benvenuti



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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O SONHO E A ESPERANÇA



O Sonho e a Esperança



O Sonho era filho da Esperança. Nascera tão pequenino, que a sua mãe temera que ele não conseguisse sobreviver. Todas as noites, a Esperança sentava-se à janela do quarto do Sonho, e ficava vigiando o seu sono, enquanto ele dormia. Tinha medo que ele acordasse e não encontrasse a Esperança ao seu lado. Durante a noite ela tecia roupinhas para o Sonho vestir, quando acordasse. Tricotava pacientemente com os fios prateados que recolhia da lua, enquanto ela ficava pendurada lá no céu, iluminando a escuridão da noite. Eram amigas há muito tempo. Enquanto a Esperança tricotava, conversava com a Lua e lhe contava todos os sonhos que a mantinham viva. Sonhava com o Amor, com quem tivera um Sonho lindo e que ela cuidava com todo o carinho, esperando que ele crescesse tão lindo como o pai. Mas o Amor, a maior parte do tempo, estava ausente. Isso não impedia a Esperança de sonhar e ela não se deixava abater. Sabia que um dia o Amor voltaria e a ajudaria a cuidar do Sonho, que tiveram um dia, quando estavam tão apaixonados e o Sonho acabara de nascer. Nas noites frias, ela olhava a Lua pela janela e admirava a sua luminosidade e a forma como se mantinha sempre linda e atraente. É certo, que em algumas noites, ela desaparecia e sua face ficava tão acinzentada, que era difícil para a Esperança conseguir localizá-la na imensidão do firmamento. Nessas noites, ela mal conseguia tecer os agasalhos que tricotava para que o Sonho vestisse ao amanhecer. E a cada dia o Sonho ia ficando maior e a Esperança não desistia de esperar o Amor chegar. O Sonho já entendia um pouco o que acontecia com a mãe. Percebia o quanto ela se esforçava para cuidar do Sonho, para que ele não se perdesse quando saía sozinho pela estrada. Uma vez, o Sonho chegara em casa com os pezinhos tão machucados, que fez a Esperança ficar assustada.
- Meu Sonho, o que aconteceu com você?
- Não foi nada não, foi apenas uma pedra no caminho, respondeu o Sonho,tentando não preocupar a mãe.
- E que fizestes com a pedra, meu Sonho?
- Eu a deixei lá.
- Então volte para buscá-la, respondeu a mãe.
- Por que devo buscá-la? Perguntou o Sonho.
- Porque foram essas pedras que te feriram os pés.
_ Mas encontrarei muitas outras pedras pelo caminho. Que farei com elas?
- Sempre que uma pedra te ferir os pés, retire-as do teu caminho,mas não as odeie. Guarde-as com carinho. Para que um dia você lembre com quantas pedras construístes o castelo dos teus sonhos.


Débora Benvenuti





segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CAIXA DE SONHOS



Caixa de Sonhos





Na hora de dormir,
pegue esta caixinha pequenina,
que te envio com muito carinho
e a abra quando estiveres sozinho,
com muito cuidado,
pois ela é encantada.
Quando a abrires,
não fiques decepcionado,
se dentro dela,
nada encontrares.
Como eu disse,
Ela é encantada
e para encontrares o que procuras,
precisas estar descansado
e muito relaxado.
Pense em todos os sonhos
que não foram realizados.
Mentalize os que mais gostares.
Tire de dentro da caixinha
e os coloque no travesseiro
ao seu lado.
Durma um sono tranqüilo,
Sonhe com o sonho realizado.
Quando acordares,
pense no sonho e o mantenha sempre
Alimentado,
Pois os sonhos precisam de muito cuidados,
senão morrem antes mesmo
de estarem criados.
A esperança é a sua grande aliada
e a Imaginação tem que estar
bem inspirada,
Para tornar esse sonho,
Realidade...


Débora Benvenuti

sábado, 4 de dezembro de 2010

MEU CORAÇÃO ADORMECEU


Meu Coração Adormeceu




Hoje meu coração se aquietou
e mais tranqüilo adormeceu.
Percebi que uma de suas asinhas se feriu
e assim que ele dormiu,
o cobri com uma colchinha,
para ele não sentir frio.
Na sua caminha o coloquei,
até que ele dormiu.
Pareceu-me tão cansado
e muito, muito, magoado.
Enquanto ele dormia,
falei baixinho ao seu ouvido.
Pedi a ele que me falasse
porque estava tão magoado.
Pareceu-me que ele ouviu
e sentiu-se reconfortado,
mas teve um sono agitado.
Falou que fora pelo seu amor abandonado
e assim,triste e desanimado,
havia a sua asinha machucado.
Mas não era dessa dor que ele falava,
era de algo mais desanimador:
"  Uma tristeza,que o fazia sentir dor."
Ficara tão desesperado,
que de um penhasco despencara.
As suas asinhas esquecera de bater,
no momento em que saltara,
no abismo que o tragara.
Por isso, a asa ferida
e o coração todo amassado,
era tudo o que sobrara,
desse coração que tanto amara
e desse amor, abdicara...


Débora Benvenuti

domingo, 21 de novembro de 2010

A CONSCIÊNCIA E O CIGARRO

Blog de deborabenvenuti :Sonhos em Poemas, A CONSCIÊNCIA E O CIGARRO
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A Consciência e o Cigarro

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A Consciência sabia

o mal que o Cigarro fazia.

Mas isso não a impedia

de fumar um Cigarro

todo o dia.

Na carteira,

Uma frase advertia:

Fumar é prejudicial,

Causa Dependência

e Impotência Sexual.

Com o passar do tempo

a Consciência foi entristecendo.

Já não sabia mais

o que estava acontecendo.

O prazer que antes ela sentia,

aos pouco foi desaparecendo.

E quanto isso acontecia,

a Consciência ia entristecendo.

Sentia-se pálida e tremendo.

Seus desejos eram substituídos

pelo Cigarro que consumia.

E quanto mais fumava

mais percebia

que algo acontecia.

Já não conseguia

mais transar como queria.

Mas pensava que podia

tomar um Viagra

e o problema com o tempo,

desaparecia.

Só que isso nunca acontecia.

Tomar Viagra

já não mais resolvia.

Quem sabe tomar dois,

Fumar um cigarro depois.

Um pouco de álcool, quem sabe,

seria uma boa solução,

para resolver os problemas

que a Consciência sabia que existia,

mas que não admitia.

Enquanto o vício persistia,

a Consciência buscava no Cigarro

afogar as mágoas que sentia.

O Cigarro era seu Amigo,

disso ninguém discordava.

Ele era o companheiro inseparável

e dizia que ajudava.

- Se quiseres emagrecer

e mostrar a todos o seu poder,

dizia o Cigarro à Consciência

quando ela se sentia enfraquecer.

Fume-me até o dia amanhecer,

Jogue fora todos os seus princípios

Eu estou aqui e todos os seus

Problemas eu posso resolver.

E a Consciência assim procedia,

mesmo vendo o que acontecia.

Fumou tanto, até que um dia,

a tosse o acordou

quando o dia amanhecia.

A Consciência ouviu do médico

Tudo aquilo que já sabia...



Débora Benvenuti



sábado, 20 de novembro de 2010

O VENTO E AS CINZAS


O Vento e as Cinzas



O Vento soprava suavemente uma canção,
que se fazia ouvir docemente,
pelas Cinzas que se encontravam
espalhadas pelo chão.
Quanto mais próximo estava o Vento,
mais as Cinzas sentia-se
invadida pela emoção.
Queria erguer-se dali,
partir em nova direção,
mas tudo o que conseguia
era ficar ali, inerte,
a espera de que alguém
a tirasse dessa triste condição.
Ao ver o Vento se aproximar,
perguntou a ele se a podia ajudar,
ao que o Vento lhe perguntou,
curioso:
- O que posso fazer,
Para fazer você renascer?
- Sopre bem forte,
da melhor maneira que puder.
Quero daqui me levantar
e me transportar
para longe deste lugar.
O Vento então soprou bem forte
e carregou as Cinzas até bem alto,
até atingir os céus
e lá ela se transformou
em uma bela nuvem prateada.
Quando o vento sopra aquela mesma canção,
A nuvem se transforma em um belo coração.


Débora Benvenuti

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O SEQÜESTRO DA IMAGINAÇÃO

Blog de deborabenvenuti :Sonhos em Poemas, O SEQÜESTRO DA IMAGINAÇÃO
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O Seqüestro da Imaginação

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A imaginação estava desolada.

Queria escrever alguma coisa,

mas não saia nada.

Desta forma,

ela ficava inconformada.

Sabia que era muito requisitada

e qualquer coisa que imaginasse,

sempre se transformava

em versos,

que ela a todos contava.

Porém, algumas vezes

passava a noite acordada.

Espiava pelo buraco da fechadura

e percebia que alguém

sorrateiramente a espionava.

Isto não a intimidava

e na hora que acordava,

sentia-se reconfortada,

sabendo que podia imaginar

tudo o que quisesse

e para isso

fazia muitos versos.

E tantos versos fez

que a muitos encantou,

com essa forma simples

de dizer tudo o que pensou.

Sabendo disso

e depois de muita informação,

alguém seqüestrou a Imaginação

e a escondeu em outro site,

onde só quem entrava

possuía a chave do cadeado,

que ficava trancado a sete chaves.

Só quem sabia jogar

poderia naquele site entrar.

A Imaginação gritou por socorro,

sabendo que quem a criou,

nada entendia de jogo

e precisou de muito fôlego

para resolver a situação.

Depois de uma investigação sigilosa,

a Imaginação enfim,

Saiu vitoriosa.

Jogou o jogo cautelosa

e voltou às páginas de onde saíra

com uma menção honrosa.


Débora Benvenuti