MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

domingo, 11 de setembro de 2011

Quando o Amor Chegar



Quando o Amor chegar


De onde vens, Amor e para onde vais?
Por que passas sempre
com tanta pressa?
Não percebes a porta aberta?
Já cansei de esperar.
Não sei de que forma vens,
por isso não quero me enganar.
Será que tens a fala mansa
de um amigo
ou se és alguém mais atrevido
que fala de amor
ao meu ouvido
e eu finjo que não ouço
porque penso que esse amor
possa ser só mais um amigo?
Quando o Amor chegar,
quero estar certa
que esse Amor veio para ficar,
mesmo que seja esse amigo
que fala ao meu ouvido
coisas que eu deixei
de escutar...


Débora Benvenuti




sábado, 10 de setembro de 2011

A Ideia faz a Expressão



 A Ideia faz a Expressão


A ideia percorria livremente os caminhos 
que a Imaginação inventava.
As duas se encontraram
numa curva do caminho,
por onde a Imaginação se perdera,
na última vez que acatara um pensamento
que a Ideia tivera.
As duas eram inseparáveis,
mas muitas vezes discordavam,
por que a Expressão
às vezes aparecia e em tudo se metia.
E essa intromissão
nem sempre era acatada com convicção.
Talvez a Expressão
sofresse um pouco de divagação.
Expressava-se muitas vezes de forma incerta
e isso fazia a Imaginação
ter uma Ideia distorcida de cada situação.
A Expressão era muito altruísta,
mas muitas vezes
era mal interpretada.
Tropeçava nos pontos,
escorregava nas vírgulas
e muitas vezes não aceitava
a Ideia que a Imaginação criava.
Então,as três decidiram fazer uma reunião,
na qual decidiriam quem daria opinião.
A Ideia chegou à conclusão,
que deveriam anotar tudo o que
a Imaginação dissesse.
E cada qual foi se expressando,
Conforme falava o coração.
Fizeram anotações e finalmente
a Expressão se organizou:
Anotou tudo o que foi dito
e não mudou nenhuma vírgula.
Só tropeçou no Ponto Final,
que apareceu de repente
e fez a Expressão finalizar
essa pequena estória
que acabava de contar.



Débora Benvenuti


    

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Despedida


Despedida


Sem querer ouvi este diálogo
Entre o Ano Velho e o Ano Novo:
- Sinto-me já cansado
e não tenho mais esperanças,
disse o Ano Velho
ao Ano Novo que se aproximava, cauteloso.
- Não devias te sentir assim.
Tivestes um ano inteirinho
e deves ter muitas coisas para lembrar.
_ Um dia também serás como eu
e então irás lembrar o que me aconteceu.
No início, todos irão te saudar,
mas quando ficares velho,
de ti ninguém irá querer lembrar.
- Não acredito em profecias.
Vou fazer muitas acrobacias
para que ninguém de mim possa reclamar.
- Por mais que faças tudo o que desejas,
sempre haverá alguém
que contigo não irá concordar.
- Talvez não consiga contentar a todos,
mas provarei que posso tentar
e muitas coisas poderei realizar.
- Eu pensava bem assim,
quando vi tantas esperanças
sendo depositadas num barquinho a navegar.
- Não basta viver de esperança,
é preciso se esforçar,
para todos os sonhos realizar.
E o ano Velho se despediu tristonho,
sabendo que naquele momento,
nada mais poderia fazer,
a não ser desejar à todos
Que o ano Novo seja venturoso.


Débora Benvenuti

A Idéia e a Expressão II




A Ideia e a Expressão II


A Ideia surge de repente
e dá asas à Imaginação.
A Expressão que a tudo observa
faz anotação,
para que a Imaginação não se perca
na sua digressão.
Cada ideia representa
uma nova dimensão,
daquilo que se tem em mente
mas que precisa de Expressão.
É aí que surge o conflito
e gera novos atritos.
A Ideia busca uma nova solução
e a Imaginação entra em ação.
Observa atentamente
o que gera toda essa confusão.
Chama logo a Expressão
para que encontre
outra explicação.
E assim tudo recomeça:
A Ideia percorre o caminho inverso,
Refaz todos os versos
e percebe que tudo depende
Da forma de Expressão.


Débora Benvenuti

A Distância



A Distância


A Imaginação acordou cedo
com um único desejo:
Queria encurtar a distância
antes que a Distância descobrisse
o seu intento.
Precisava descobrir um jeito
de seduzir à distância
essa Distância que fazia eco
em seu peito.
Nunca se imaginara tão eufórica
nem escrevera versos
tão simplórios,
mas isto não tirava a glória
desse invento contraditório.
Imagine encurtar distâncias,
se a Distância se fazia inglória.
Haveria uma forma
de fazer  a Distância se aproximar da
Imaginação e juntas poderiam
viver uma grande paixão.
Bastaria apenas um gesto,
pequeno,até modesto,
e a Imaginação criaria asas
pondo fim a distância
que a separava
dessa Distância que esmagava
os sentimentos da Imaginação.


Débora Benvenuti

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Fuga da Imaginação



A Fuga da Imaginação


Sem mais inspiração,
a Imaginação adormeceu
e nos seus sonhos
muita coisa aconteceu.
Percorreu longos caminhos
e de tanto andar,
se perdeu.
Percebeu que a cada passo que dava,
as marcas dos seus pezinhos
iam deixando pegadas
pelo caminho.
Precisava esconder as pegadas,
porque para casa,
não mais voltava.
Estava cansada de imaginar
como fugir
sem deixar ninguém perceber.
O dia já ia amanhecer
e a Imaginação precisava
se convencer,
de que fugir para longe
era tudo o que tinha a fazer.
Não gostava que a encontrassem,
porque sempre tinha que dar explicações
e de tanto imaginar,
acabava  por se complicar.
A fuga era a sua única saída,
disso não tinha dúvidas,
mas não queria que descobrissem
onde fora se abrigar.
Depois de muito caminhar,
encontrou uma cabana abandonada.
Uma porta trancada,
parecia há muito tempo abandonada.
Forçou a tranca
que a mantinha assim fechada
e antes que alguém falasse,
a Imaginação entrou,
mesmo sem ser convidada.
A cabana era apertada,
mas muito acolchoada.
Dava para ouvir os sons
que a mantinham acordada.
O lugar era aquecido
e a cama fofa a mantinha protegida.
Ouvia os sons que a embalavam
como se houvesse nascido.
A cantiga de ninar
fazia suas pálpebras pestanejar
e nesse doce embalo
sentiu seu coração balançar.
Descobriu que havia fugido
para um novo abrigo.
Dormia agora no coração
do seu mais novo amigo :
- O Cupido!


Débora Benvenuti

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fábrica de Poemas





Fábrica de Poemas


Enquanto eu durmo,
a minha fábrica de poemas
não para de funcionar.
É dela que vêm todos os sonhos
que tenho para sonhar.
Tenho amigos pequeninos:
São duendes, fadas e gnomos,
que transformam cada sonho
em um poema que já vem pronto
para sonhar.
São guardados em caixinhas
com rótulos coloridos,
para que não troque os sonhos
cada vez que for sonhar.
Sonhos cor de rosa,
são aqueles mais difíceis de sonhar,
porque são os mais bonitos
e mais difíceis de realizar,
por isso os guardo com muito cuidado,
e na hora de desenrolar,
os abro de forma delicada
para não amarrotá-los
e com eles não mais sonhar.
As caixinhas de rótulos verdes,
contém sonhos de esperança,
por isso nunca desisto
e as mantenho sempre à vista.
Existem também rótulos dourados,
que são os sonhos mais ousados.
Por isso os tenho bem guardados
com medo que sejam usados
por alguém despreparado,
que não saiba identificá-los
e acabe por danificá-los.
Se isso acontecer,
o sonho perde todo o significado
e quando eu for usá-los
não terão mais o mesmo tom dourado,
terão se transformados
e não poderão mais ser recuperados.
Quem pensou que poema já nasce pronto,
está muito enganado.
É preciso estar muito inspirado,
senão os versos não conseguem ser
rimados e cada poema já nasce assim...
desfigurado...

Débora Benvenuti

sábado, 20 de agosto de 2011

Decepção




Decepção


A Imaginação precisava encontrar
uma palavra para definir
Decepção.
Mas por mais que se esforçasse,
não conseguia encontrar essa
Definição.
Era tal a sua indignação,
que nada superava essa sua
Rejeição.
Estava se sentindo a própria
Decepção.
Pintava com palavras,
Escrevia com o coração,
Transformava sentimentos
com muita emoção,
Mas nunca assassinara
nem um personagem
com a sua imaginação.
E agora se via transtornada,
sem encontrar uma palavra,
que expressasse a sua
Indignação.
Um personagem de sua criação
havia sido assassinado
sem nenhuma explicação.
E ela agora não sabia
o que fazer
para reverter essa situação.
A Imaginação estava tão decepcionada
que não encontrou nenhuma palavra
para descrever...
Decepção.

Débora Benvenuti