MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

Mostrando postagens com marcador gavião. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador gavião. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A Onça Pintada, o Gavião e o Caçador

 


 

 

O Gavião havia feito um acordo com a Onça Pintada e estava desconfiado de que ela o estava enganando. Resolveu marcar um encontro com a Onça Pintada e no dia combinado, o Gavião, muito esperto, resolveu levar o Caçador com ele, para evitar possíveis desavenças. Chegando ao local combinado, o Gavião e o Caçador foram convidados a aguardar um momento, até que pudessem ser atendidos. A Onça pintada apareceu minutos depois e convidou os dois amigos a seguirem-na. O Gavião se acomodou no toco de um galho, pois estava com uma asa ferida e não podia voar. A Onça Pintada se dirigiu ao Gavião e perguntou-lhe o seu nome e logo após, dirigiu-se ao Caçador e perguntou qual o motivo dele estar ali. O Caçador então respondeu que o Gavião estava ferido e precisava de quem o protegesse. A Onça pintada não acreditou muito no Caçador e perguntou a ele se possuía alguma procuração para defender o Gavião, ao que o Caçador respondeu: procuração pública não tenho, mas a acompanho para resolver os seus problemas. A Onça Pintada não gostou muito da explicação e respondeu: se o senhor não tem procuração para representá-la, nem deveria estar aqui. Está cometendo um crime. Vou pedir ao senhor que se retire. O Caçador então respondeu: Eu não vou me retirar. Vim aqui acompanhar o Gavião e daqui não saio. A Onça Pintada começou a ficar nervosa, pois o Gavião queria ver como andavam as negociações e como ele não tinha nada a apresentar e com medo do Caçador, se pôs a gritar: Polícia,chamem a Polícia. Polícia. Polícia e gritava desesperada, tentando ganhar tempo. E dizia ao Caçador: Vá embora daqui. Vá embora daqui. E quanto ao Gavião,só retorne aqui com o seu advogado. O Gavião saiu arrastando a asa quebrada e desapareceu com o Caçador, sem entender muito o que estava acontecendo. O Caçador então se dirigiu a um amigo, que tinha contatos com a TV Animal e pediu ajuda. Logo ficou acertado que o Gavião poderia retornar acompanhado do advogado. Alguns dias depois, lá se foi o Gavião acompanhado do seu advogado,o SR Corujão. Os dois foram recebidos pelo chefe do escritório, outra Onça Pintada com jeito de ser o maioral ali. Essa outra Onça Pintada, andou de lá para cá e com o peito estufado se apresentou: Eu sou o SOLUCIONADOR. Resolvo qualquer problema e disse, depois de muita conversa fiada e sem nenhum documento para apresentar, que ele mesmo resolveria a situação. Passado alguns dias, o Gavião resolveu entrar em contato novamente com o SOLUCIONADOR, para saber se havia resolvido o caso, mas para seu espanto, ficou sabendo que a tal Onça Pintada, ficou com tanto medo do advogado do Gavião que saiu correndo pela floresta e pelo caminho foi derrubando todas as pintas e só depois se ficou sabendo que a tal Onça Pintada não passava de um gatinho sem moral nenhuma.

 


Débora Benvenuti


domingo, 14 de fevereiro de 2016

O Gavião e a Coruja




Mamãe Coruja tinha dois filhotinhos. Uma das corujinhas ela chamou de Lua, por ser menina e a outra corujinha era Ivi, um menino a quem ela dava muito atenção, por ser mais novo que Lua. O Papai Coruja muito cedo abandonou o ninho, não por vontade própria, mas porque sempre deixava as coisas para depois, cabendo à Mamãe Coruja o sustento do ninho. E assim foi por muitos anos. Mamãe Coruja era letrada. Havia aprendido a ensinar e saía do ninho várias vezes ao dia e às vezes à noite, para ensinar outras corujinhas os valores que ela também ensinava, com muito amor, às suas corujinhas. Por não existir a figura de um papai coruja, a quem o filhote Ivi  pudesse se espelhar, Mamãe Coruja sempre se preocupava em suprir qualquer necessidade de Ivi, demonstrando amor e ensinando-o a voar pelo seus próprios meios. Muitas vezes, quando Mamãe Coruja percebia que ia faltar alimento para os dois filhotes, ia vendendo os galhos do seu ninho a outros pássaros, até que seu ninho quase desabou. Então seu irmão, chamado Vivi se comprometeu a dar estudo para seus sobrinhos, pois queria que nada faltasse a eles. E assim aconteceu. Mamãe Coruja refez o ninho e titio Vivi a ajudou a dar estudo, principalmente à Ivi, pois queria que ele fosse doutor. Enquanto isso, Lua se formou na faculdade que ela escolheu e começou a trabalhar. Havia encontrado o grande amor da vida dela e do amor dos dois, nasceu Raio de Sol, que passou a ser o centro das atenções. Certo dia Mamãe Coruja caiu do ninho e fraturou a perninha. Ficou imobilizada por vários meses e Lua a cuidou com muito amor e dedicação. Então chegou o dia em que Ivi finalmente terminou sua faculdade. Agora era Doutor. Alguns meses antes de Ivi se formar, ele conheceu um Gavião fêmea e por ela se encantou. Mamãe Coruja percebeu, que dois seres tão diferentes, jamais iria dar certo, pois o gavião Bia era um ser muito sem sentimentos. Dizia à Ivi que tinha nascido para ele e o convenceu que ele não viveria sem ela. Queria construir um futuro com ele, e dizia que ficaria com ele somente porque ele havia prometido que se casaria com ela. Um dia, ela disse que ele não precisava mais de Mamãe Coruja. Poderiam substitui-la por um cãozinho, a quem dariam o nome de sua mãe. Assim, quando ele sentisse falta da Mamãe Coruja, teriam o cãozinho, a quem dariam o nome de Debra. E Ivi se preparou para um voo solitário, deixando o ninho e todos os ensinamentos que havia recebido de Mamãe Coruja.


Débora Benvenuti