MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

sábado, 6 de novembro de 2010

O DESTINO E O ACASO



O Destino e o Acaso



O Destino e o Acaso
tiveram um encontro inusitado.
Em uma curva da estrada,
os dois se encontraram,
Lado a lado.
O Acaso se espantou
ao ver o Destino
ali parado.
E foi assim que os dois
tiveram este diálogo engraçado.
O Acaso, admirado,
sentiu-se desorientado
e assim que se refez do susto,
perguntou, sem mais demora:
- O que fazes nesta estrada,
Amigo Destino?
Não vês que ainda é madrugada?
- Pois tenho aqui um manuscrito
onde tudo está escrito.
- E posso saber do que se trata
ou isso é uma missão ingrata?
- Como Destino,
Eu sigo o meu caminho
e não posso voltar atrás.
Este é o meu martírio.
- Eu, ao contrário,
tenho missão arbitrária.
Posso estar aqui agora
ou em outro lugar,
se for o caso.
Por isso me chamo Acaso.
Apareço e desapareço
 tão de repente,
como neste caso.
- Pois eu tenho uma missão
a cumprir e desse encargo
não tenho como fugir.
- E se tentasses persuadir
quem te faz o destino cumprir?
- Isso eu não posso fazer.
Quem escreve os manuscritos
não me deixa ler.
-- E se trocássemos os papéis,
Alguém iria perceber?
- Eu posso chegar por Acaso
Onde o Destino precisa intervir.
E você como Destino,
poderia descansar e dormir.
- E assim combinados,
os dois partiram animados.
O Destino mais descansado,
deixou que o Acaso decidisse
mais um caso,
que cabia ao Destino,
mais uma vez, decidir.
Por isso,se alguém disser
“ Que foi o Destino que não quis”,
Pode ter sido o Acaso
Que deixou o Destino dormir.


Débora Benvenuti

A PAIXÃO



A Paixão



A Paixão embriagada
caminhava desmotivada.
Sentia-se enganada
e no Amor não mais confiava.
Cada vez que se declarava
o Amor fingia que não entendia
e a Paixão se consumia.
Ardia em chamas
e nada conseguia.
Fazia versos,
dizia o que sentia
e nada disso adiantava.
A Paixão então ficava a cada dia
mais determinada.
Precisava conquistar o Amor
e estava desesperada.
Seus argumentos eram cheios
de sentimentos.
A Paixão era uma chama ardente,
que se consumia lentamente.
Queimava como brasa
ao mais leve sopro da brisa.
E quanto mais a brisa soprava
mais a chama se propagava.
A Paixão se consumia
de tanto amor que sentia.
Até que um dia,
O Amor se contagiou
com o calor que essa Paixão
por ele sentia.
Era uma noite fria
e o Amor precisava de calor,
para aquecer o seu coração que sofria.
A Paixão então se aproximou do Amor
e o envolveu  docemente.
Falou da sua paixão
e do quanto precisava desse amor
para preencher seus dias.
Amor e Paixão,
a partir desse dia,
viveram tão unidos,
que se tornou impossível
descobrir qual dos dois
habitavam um mesmo coração.


Débora Benvenuti