MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

domingo, 19 de dezembro de 2010

Felicidade e Ilusão


Felicidade e Ilusão



Felicidade,
Sensação momentânea,
euforia instantânea.
Ilusão,
Perda consciente,
Utopia inconsciente.
Ilusão e Felicidade,
Com um só significado:
Perde-se uma
e a outra continua
no inconsciente mutilado.
Felicidade é Utopia,
Utopia é Felicidade
em estado avançado.
 Ilusão,
Felicidade,
Utopia sem comparação.


Débora Benvenuti

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A INDIFERENÇA E O ENTUSIASMO



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A Indiferença e o Entusiasmo


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A Indiferença sofria de um mal
que ninguém conhecia.
Estava sempre arredia
e por mais que o Entusiasmo
se esforçasse,
nada fazia a Indiferença
mudar o humor que a consumia.
Mas o Entusiasmo não podia
falar do caráter da Indiferença.
Ele mesmo muitas vezes
se desconhecia.
Ficava muito entusiasmado
com tudo o que via
e acreditava que assim sempre seria.
Desejava tudo o que não tinha
e depois que conseguia,
lá vinha a Indiferença
lhe fazer companhia.
Um dia estava apaixonado,
fazia declarações
e acreditava em tudo o que dizia.
Mas de repente,
algo acontecia
e o Entusiasmo logo se esquecia
de tudo o que prometia.
Se apaixonava facilmente
e dizia que era amor o que sentia,
esse sentimento que o entorpecia
e quase o enlouquecia.
Mas assim como se apaixonava,
se deparava com a Indiferença,
a lhe fazer companhia.
A Indiferença lhe segredava
coisas que ele temia
e que em breve aconteceria.
Isso tudo fazia o Entusiasmo
se desinteressar
e logo outros interesses procurar.
O Entusiasmo se esforçava
para se manter sempre contente
e prometia a si mesmo
que da próxima vez
seria diferente.
Mas nada acontece assim de repente
e o Entusiasmo sofria
por não conseguir o seu intento.
A Indiferença estava sempre presente
em todos os momentos.
Invadia o seu pensamento
e fazia o Entusiasmo
desistir de todo o seu intento.
Amnésia era o mal que acometia
o Entusiasmo.
Depois de algum tempo,
Ele tudo esquecia...



Débora Benvenuti



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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O SONHO E A ESPERANÇA



O Sonho e a Esperança



O Sonho era filho da Esperança. Nascera tão pequenino, que a sua mãe temera que ele não conseguisse sobreviver. Todas as noites, a Esperança sentava-se à janela do quarto do Sonho, e ficava vigiando o seu sono, enquanto ele dormia. Tinha medo que ele acordasse e não encontrasse a Esperança ao seu lado. Durante a noite ela tecia roupinhas para o Sonho vestir, quando acordasse. Tricotava pacientemente com os fios prateados que recolhia da lua, enquanto ela ficava pendurada lá no céu, iluminando a escuridão da noite. Eram amigas há muito tempo. Enquanto a Esperança tricotava, conversava com a Lua e lhe contava todos os sonhos que a mantinham viva. Sonhava com o Amor, com quem tivera um Sonho lindo e que ela cuidava com todo o carinho, esperando que ele crescesse tão lindo como o pai. Mas o Amor, a maior parte do tempo, estava ausente. Isso não impedia a Esperança de sonhar e ela não se deixava abater. Sabia que um dia o Amor voltaria e a ajudaria a cuidar do Sonho, que tiveram um dia, quando estavam tão apaixonados e o Sonho acabara de nascer. Nas noites frias, ela olhava a Lua pela janela e admirava a sua luminosidade e a forma como se mantinha sempre linda e atraente. É certo, que em algumas noites, ela desaparecia e sua face ficava tão acinzentada, que era difícil para a Esperança conseguir localizá-la na imensidão do firmamento. Nessas noites, ela mal conseguia tecer os agasalhos que tricotava para que o Sonho vestisse ao amanhecer. E a cada dia o Sonho ia ficando maior e a Esperança não desistia de esperar o Amor chegar. O Sonho já entendia um pouco o que acontecia com a mãe. Percebia o quanto ela se esforçava para cuidar do Sonho, para que ele não se perdesse quando saía sozinho pela estrada. Uma vez, o Sonho chegara em casa com os pezinhos tão machucados, que fez a Esperança ficar assustada.
- Meu Sonho, o que aconteceu com você?
- Não foi nada não, foi apenas uma pedra no caminho, respondeu o Sonho,tentando não preocupar a mãe.
- E que fizestes com a pedra, meu Sonho?
- Eu a deixei lá.
- Então volte para buscá-la, respondeu a mãe.
- Por que devo buscá-la? Perguntou o Sonho.
- Porque foram essas pedras que te feriram os pés.
_ Mas encontrarei muitas outras pedras pelo caminho. Que farei com elas?
- Sempre que uma pedra te ferir os pés, retire-as do teu caminho,mas não as odeie. Guarde-as com carinho. Para que um dia você lembre com quantas pedras construístes o castelo dos teus sonhos.


Débora Benvenuti





segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CAIXA DE SONHOS



Caixa de Sonhos





Na hora de dormir,
pegue esta caixinha pequenina,
que te envio com muito carinho
e a abra quando estiveres sozinho,
com muito cuidado,
pois ela é encantada.
Quando a abrires,
não fiques decepcionado,
se dentro dela,
nada encontrares.
Como eu disse,
Ela é encantada
e para encontrares o que procuras,
precisas estar descansado
e muito relaxado.
Pense em todos os sonhos
que não foram realizados.
Mentalize os que mais gostares.
Tire de dentro da caixinha
e os coloque no travesseiro
ao seu lado.
Durma um sono tranqüilo,
Sonhe com o sonho realizado.
Quando acordares,
pense no sonho e o mantenha sempre
Alimentado,
Pois os sonhos precisam de muito cuidados,
senão morrem antes mesmo
de estarem criados.
A esperança é a sua grande aliada
e a Imaginação tem que estar
bem inspirada,
Para tornar esse sonho,
Realidade...


Débora Benvenuti

sábado, 4 de dezembro de 2010

MEU CORAÇÃO ADORMECEU


Meu Coração Adormeceu




Hoje meu coração se aquietou
e mais tranqüilo adormeceu.
Percebi que uma de suas asinhas se feriu
e assim que ele dormiu,
o cobri com uma colchinha,
para ele não sentir frio.
Na sua caminha o coloquei,
até que ele dormiu.
Pareceu-me tão cansado
e muito, muito, magoado.
Enquanto ele dormia,
falei baixinho ao seu ouvido.
Pedi a ele que me falasse
porque estava tão magoado.
Pareceu-me que ele ouviu
e sentiu-se reconfortado,
mas teve um sono agitado.
Falou que fora pelo seu amor abandonado
e assim,triste e desanimado,
havia a sua asinha machucado.
Mas não era dessa dor que ele falava,
era de algo mais desanimador:
"  Uma tristeza,que o fazia sentir dor."
Ficara tão desesperado,
que de um penhasco despencara.
As suas asinhas esquecera de bater,
no momento em que saltara,
no abismo que o tragara.
Por isso, a asa ferida
e o coração todo amassado,
era tudo o que sobrara,
desse coração que tanto amara
e desse amor, abdicara...


Débora Benvenuti