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terça-feira, 20 de maio de 2014

O Júri




Os Sentimentos decidiram escolher um representante

que pudesse estar presente em todos os momentos

e fosse ao mesmo tempo,

portador dos mais belos acontecimentos.

Escolheram primeiro quem faria parte do júri

e chegaram a um consenso,

que a Razão, a Verdade e a

honestidade eram portadores de tais qualidades.

Quem primeiro desfilou foi a Vaidade,

com tanta sensualidade,

que deixou a todos ofuscados.

Seguiu-se o Exagero,

trazendo consigo coisas fúteis,

sem nenhuma utilidade.

Quando a Tristeza se apresentou,

todo o mundo se calou,

tão pesado o ambiente ficou.

Então chegou a vez do Desânimo

dizer alguma coisa,

mas estava tão calado

que não falou quase nada.

Seguiu-se a Preguiça,

que estava tão cansada que ficou enroscada

no cordão da calçada.

A última candidata

foi a Esperança,

que deixou a todos fascinados,

com o poder que dela emanava,

cada vez que se aproximava

dos outros candidatos

que a observavam admirados.

E a Verdade então falou

com toda a Razão,

que a Honestidade

não poderia perder

a oportunidade

de eleger essa candidata

como a mais perfeita,

porque não possuía nenhum defeito

e a todos deixava uma mensagem

de Esperança, mesmo para aqueles

que já não acreditavam em nada

e a vida nada mais lhes interessava.

Fez-se então, a Esperança,

a mais bela representante,

de todas as mensagens,

que foram entregues

a partir daquele momento

de sublime encantamento.



Débora Benvenuti

sábado, 17 de maio de 2014

As Chaves




A Imaginação havia saído,
caminhando sem destino,
e andava tão distraída,
passeando por um campo florido,
quando deixou cair,
sem ter percebido,
as chaves do seu coração.
Por entre flores muito belas,
ela se encantou com o colorido
das rosas e margaridas,
e das libélulas que
pousavam em cada flor
que desabrochava,
tornando ainda mais belo
aquele cenário encantador.
Foi por entre flores e cores
que a Imaginação percebeu
a presença do Amor,
que por ali passava
aspirando o perfume
de cada flor.
A Imaginação se encantou
com toda a delicadeza do Amor,
então procurou as chaves
que abriam as portas
do seu coração,
como não encontrou,
perguntou ao Amor
se não teria uma cópia
que pudesse usá-la,
para abrir o seu coração.
O Amor se aproximou
da Imaginação e
experimentou com as suas chaves
para ver se encaixava
naquele coração distraído
e percebeu comovido
que as chaves que ele
carregava consigo,
abriam qualquer coração.
A Imaginação ficou tão agradecida
que convidou o Amor
a se hospedar em seu coração,
desde que não se importasse
de jogar fora as chaves,
para que alguém que as achasse,
fizesse o mesmo
quando encontrasse um
coração distraído...

Débora Benvenuti