MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

quinta-feira, 6 de maio de 2010

FALANDO DE SENTIMENTOS

Falando de Sentimentos


Muitos não entendem

o significado do meu nome.

Mesmo eu ainda me pergunto

porque me chamam Prosopopéia.

Sou uma mistura de sentimentos,

sou prosa e sou verso,

falo do universo

e de seres inanimados.

Tenho vida própria

e também dou vida a quem

nasceu e vive calado.

Se você não me entendeu,

ouça então este ditado:

-“ O essencial é invisível aos olhos

e só se pode ver com o coração.”

E muitas vezes

falei com o Coração,

Viajei com a Imaginação,

Morei em muitos lugares,

Voei pelos ares.

Mesmo não tendo asas

causei muitas exclamações.

Suspirei,amei,fui amado

e também fui chamado

de muitos outros nomes,

mas de todos os que tenho lembrado,

prefiro que me chames

de qualquer nome,

mas que tenha um só significado:

Sou o Amor personificado

e vivo nos corações

de todos os apaixonados...



Débora Benvenuti



A frase citada pertence ao Pequeno Príncipe

Saint Exupery

A DÚVIDA E A CURIOSIDADE




 
A Dúvida e a Curiosidade
 

 
A Dúvida caminhava pela estrada
e trazia consigo um pesado fardo.
De vez em quando pensava em desistir,
mas corria o risco de não mais prosseguir
e abandonar para sempre,
o que estava a carregar.
Pensava às vezes se desfazer
um pouco do fardo que carregava,
mas não se atrevia sequer a abrir o saco,
que já cansada,
pela estrada arrastava.
Por onde passava,
encontrava sempre a Curiosidade,
que a espreitava,
em cada curva da estrada,
e quanto mais andava,
mais a Dúvida se martirizava.
Queria ter uma certeza,
uma apenas e já se daria por satisfeita,
mas por outro lado, tinha medo,
de espiar dentro do saco,
que pesava a cada passo que dava.
E ela assim continuava,
confiando na certeza,
de que haveria um momento
em que não teria mais dúvidas.
Quando a Curiosidade novamente
 a encontrasse,
se desfaria do fardo,
que não mais conseguia carregar.
E assim, depois de muito pensar
e com os pezinhos doloridos
 de tanto andar,
encontrou a Curiosidade a lhe esperar.
Não teve mais argumentos,
para a Curiosidade enganar.
Colocou o pesado fardo no chão,
devagar, sem nada falar.
A Curiosidade saltitava
e mal conseguia se conter,
querendo saber
o que a Dúvida tinha a esconder.
Então, lentamente,
a Dúvida se desfez do fardo.
De dentro dele,
como por encanto,
surgiu a Esperança,
que deixou a Dúvida muda de espanto,
porque não sabia que o fardo
que pesava tanto,
se tornara tão leve,
depois que deixara a Curiosidade
espiar por um momento e
pôr fim ao seu tormento...

 

Débora Benvenuti