MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Despedida


Despedida


Sem querer ouvi este diálogo
Entre o Ano Velho e o Ano Novo:
- Sinto-me já cansado
e não tenho mais esperanças,
disse o Ano Velho
ao Ano Novo que se aproximava, cauteloso.
- Não devias te sentir assim.
Tivestes um ano inteirinho
e deves ter muitas coisas para lembrar.
_ Um dia também serás como eu
e então irás lembrar o que me aconteceu.
No início, todos irão te saudar,
mas quando ficares velho,
de ti ninguém irá querer lembrar.
- Não acredito em profecias.
Vou fazer muitas acrobacias
para que ninguém de mim possa reclamar.
- Por mais que faças tudo o que desejas,
sempre haverá alguém
que contigo não irá concordar.
- Talvez não consiga contentar a todos,
mas provarei que posso tentar
e muitas coisas poderei realizar.
- Eu pensava bem assim,
quando vi tantas esperanças
sendo depositadas num barquinho a navegar.
- Não basta viver de esperança,
é preciso se esforçar,
para todos os sonhos realizar.
E o ano Velho se despediu tristonho,
sabendo que naquele momento,
nada mais poderia fazer,
a não ser desejar à todos
Que o ano Novo seja venturoso.


Débora Benvenuti

A Idéia e a Expressão II




A Ideia e a Expressão II


A Ideia surge de repente
e dá asas à Imaginação.
A Expressão que a tudo observa
faz anotação,
para que a Imaginação não se perca
na sua digressão.
Cada ideia representa
uma nova dimensão,
daquilo que se tem em mente
mas que precisa de Expressão.
É aí que surge o conflito
e gera novos atritos.
A Ideia busca uma nova solução
e a Imaginação entra em ação.
Observa atentamente
o que gera toda essa confusão.
Chama logo a Expressão
para que encontre
outra explicação.
E assim tudo recomeça:
A Ideia percorre o caminho inverso,
Refaz todos os versos
e percebe que tudo depende
Da forma de Expressão.


Débora Benvenuti

A Distância



A Distância


A Imaginação acordou cedo
com um único desejo:
Queria encurtar a distância
antes que a Distância descobrisse
o seu intento.
Precisava descobrir um jeito
de seduzir à distância
essa Distância que fazia eco
em seu peito.
Nunca se imaginara tão eufórica
nem escrevera versos
tão simplórios,
mas isto não tirava a glória
desse invento contraditório.
Imagine encurtar distâncias,
se a Distância se fazia inglória.
Haveria uma forma
de fazer  a Distância se aproximar da
Imaginação e juntas poderiam
viver uma grande paixão.
Bastaria apenas um gesto,
pequeno,até modesto,
e a Imaginação criaria asas
pondo fim a distância
que a separava
dessa Distância que esmagava
os sentimentos da Imaginação.


Débora Benvenuti