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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Sem asas para voar






Lá do alto do penhasco, a Imaginação observou a paisagem maravilhosa que se descortinava ante seus olhos. Fechou os olhos com força, e os abriu novamente, com medo de estar sonhando. Aquilo não era um sonho, nem mesmo um pesadelo. Era algo que ela própria não sabia como identificar. Havia muito tempo que estivera nesse mesmo lugar e tudo parecia tão diferente agora. O que havia acontecido com ela? Onde estava a coragem que sempre tivera e que a impelia a voar cada vez mais alto? Se estava lá no alto do penhasco, era porque sabia como chegar até lá, mas naquele momento, o que ela mais queria era ter asas para voar. Se lançar no infinito dos seus sonhos e ir aos lugares que ela sempre imaginou que poderia estar. Era um mundo totalmente diferente que ela observava agora. Algo dentro dela adormecera. Nada mais sentia. As horas e os dias deixaram de ter importância e e ela tinha muito medo do desconhecido. Mas o desconhecido sempre existira, talvez ela nunca tivesse percebido. Esses pensamentos não a deixavam um instante qualquer. Ela precisava descobrir o que tanto a inquietava. Será que era o Tempo que a esquecera naquele lugar? Se ela não se importava mais com o Tempo, talvez fosse isso mesmo que estava acontecendo. O Tempo nunca mais passara por ali e a deixara sem nenhuma explicação. Queria falar com o Tempo, saber coisas que ela ainda não entendera, mas nem mesmo ela sabia o que queria perguntar. Precisava dar um mergulho para dentro de si mesma e tentar se encontrar. Quando isso acontecesse, muitas coisa poderiam ser esclarecidas. E foi o que fez. Deitou-se na relva muito fofa que havia ali perto e ficou ouvindo o suave som de um riacho. Foi fechando os olhos lentamente e adormeceu. Quando acordou, percebeu que o Tempo por ali passara, mas ela não pode vê-lo, porque adormecera profundamente...




Débora Benvenuti

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Distância



A Distância


A Imaginação acordou cedo
com um único desejo:
Queria encurtar a distância
antes que a Distância descobrisse
o seu intento.
Precisava descobrir um jeito
de seduzir à distância
essa Distância que fazia eco
em seu peito.
Nunca se imaginara tão eufórica
nem escrevera versos
tão simplórios,
mas isto não tirava a glória
desse invento contraditório.
Imagine encurtar distâncias,
se a Distância se fazia inglória.
Haveria uma forma
de fazer  a Distância se aproximar da
Imaginação e juntas poderiam
viver uma grande paixão.
Bastaria apenas um gesto,
pequeno,até modesto,
e a Imaginação criaria asas
pondo fim a distância
que a separava
dessa Distância que esmagava
os sentimentos da Imaginação.


Débora Benvenuti