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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

CORAÇÃO SONHADOR

 





A Imaginação viveu tanto tempo sem amor

que nunca imaginou que encontraria

Um Coração Sonhador.

Percorrera longos caminhos, sempre sozinha,

e por mais que procurasse,

seu coração era um eterno sofredor.

A dor que sentia era algo que a oprimia

e não a deixava viver como queria.

O Coração Sonhador era muito namorador

e não se contentava em ter só um amor.

Fazia versos e declarava seus sentimentos

e assim se afirmava como um galanteador.

Mas como quem ama deseja ser amada

isto se tornava um fato desanimador.

E o tal Coração Sonhador,

tinha muita imaginação.

Quanto mais juras de amor fazia,

Mais deixava a Imaginação

com a alma vazia.

A Imaginação sabia que os versos que ele fazia

não eram escritos só para ela,

eram só fantasias.

E ele esperava por uma declaração,

pois acreditava que seus versos,

haviam conquistado a Imaginação.

Houve um tempo em que os dois até acreditaram

que poderiam viver um grande amor.

Mas como a Imaginação era muito esperta,

logo descobriu que o Coração Sonhador,

Era tudo, menos o seu amor.

 

  

Débora Benvenuti


segunda-feira, 25 de abril de 2016

A Ilusão, a Imaginação e a Decepção




A Ilusão era um ser muito sensível e por ser assim, muitas vezes sentia que estava sendo enganada. Por mais que a Imaginação se esforçasse para fazê-la acreditar que tudo era possível, que até os sonhos mais distantes muitas vezes podiam se tornar reais, aparecia a Decepção, com o seu jeito amargo de ver as coisas e dizia que tudo não passava de ilusão. Desiludida, a Ilusão já não mais sonhava e quando se permitia ter um sonho, o guardava só para si, pois sabia o quanto a Decepção já a havia magoado. Muitas vezes a Imaginação povoava os seus pensamentos e e ela se deixava carregar em suas asas, por voos tão altos e por lugares jamais antes imaginados. Sentia-se flutuar no espaço e era uma sensação tão intensa, que muitas vezes se sentia bailando, como se fosse uma folha carregada pelo vento. E a folha carregava a Ilusão em seus braços, de forma tão delicada, que a Ilusão sentia que todo os seus sonhos estavam sendo realizados. Mas como havia chegado o inverno, a folha que antes fora tão verde e viçosa, agora já se sentia enrugada e seca, mas mesmo assim, insistia em bailar com a Ilusão, sob a brisa que as embalava docemente. A Imaginação falava ao vento, sobre os sentimentos da Ilusão e o quanta decepção ela já havia sofrido. Por isso, pedia a ele que continuasse a soprar, delicadamente, para que a folha, já ressecada, não se partisse e caísse ao chão. A Ilusão sofria de depressão, mas desejava que a Decepção nunca mais a encontrasse e naquele momento, o que mais desejava, era continuar sendo Ilusão.


Débora Benvenuti


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Sem asas para voar






Lá do alto do penhasco, a Imaginação observou a paisagem maravilhosa que se descortinava ante seus olhos. Fechou os olhos com força, e os abriu novamente, com medo de estar sonhando. Aquilo não era um sonho, nem mesmo um pesadelo. Era algo que ela própria não sabia como identificar. Havia muito tempo que estivera nesse mesmo lugar e tudo parecia tão diferente agora. O que havia acontecido com ela? Onde estava a coragem que sempre tivera e que a impelia a voar cada vez mais alto? Se estava lá no alto do penhasco, era porque sabia como chegar até lá, mas naquele momento, o que ela mais queria era ter asas para voar. Se lançar no infinito dos seus sonhos e ir aos lugares que ela sempre imaginou que poderia estar. Era um mundo totalmente diferente que ela observava agora. Algo dentro dela adormecera. Nada mais sentia. As horas e os dias deixaram de ter importância e e ela tinha muito medo do desconhecido. Mas o desconhecido sempre existira, talvez ela nunca tivesse percebido. Esses pensamentos não a deixavam um instante qualquer. Ela precisava descobrir o que tanto a inquietava. Será que era o Tempo que a esquecera naquele lugar? Se ela não se importava mais com o Tempo, talvez fosse isso mesmo que estava acontecendo. O Tempo nunca mais passara por ali e a deixara sem nenhuma explicação. Queria falar com o Tempo, saber coisas que ela ainda não entendera, mas nem mesmo ela sabia o que queria perguntar. Precisava dar um mergulho para dentro de si mesma e tentar se encontrar. Quando isso acontecesse, muitas coisa poderiam ser esclarecidas. E foi o que fez. Deitou-se na relva muito fofa que havia ali perto e ficou ouvindo o suave som de um riacho. Foi fechando os olhos lentamente e adormeceu. Quando acordou, percebeu que o Tempo por ali passara, mas ela não pode vê-lo, porque adormecera profundamente...




Débora Benvenuti

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A Esperança e a Felicidade



A Imginação estava inquieta. Nada em que pensasse a fazia acalmar-se. E não sabia o que estava acontecendo com ela. Decidiu então abrir a caixinha do coração e ver o que havia escondido dentro dela. Sabia que o que encontrasse ali, talvez não a tirasse daquela aflição, que a fazia andar de lá para cá, incansavelmente, a procura de uma resposta. Temerosa, decidiu que era preciso investigar. Com muito cuidado, abriu a caixinha. Dentro dela encontrou vários sentimentos, mas o que mais a deixou estarrecida foi perceber que a Esperança não se encontrava mais lá. Havia fugido. Mas fugido para onde? E com quem? Voltaria algum dia? Por que motivo teria feito isso? Estava cansada de procurar pela Felicidade e resolvera ela mesma sair a sua procura? Estas perguntas surgiam na mente da Imaginação e quanto mais ela se perguntava, menos entendia. Sempre pensara que a Esperança estava adormecida dentro dela. Será que acordara de repente e resolvera sair a correr o mundo, sem data para voltar?
Sem a Esperança, a Imaginação não saberia onde encontrar a Felicidade. E não era aquela felicidade que se encontra nas pequenas coisas do dia-a-dia. A Felicidade que a Imaginação buscava tinha outro nome: Amor! Amor, sim! Um amor que fizesse a Imaginação viver um conto de fadas. Era isso que estava faltando em sua vida. Algo que a fizesse se sentir viva. E quanto mais os dias iam passando, a Imaginação ia enfraquecendo e se tornando cada vez mais solitária. Não tinha nada que abrir a caixinha do coração. Cada vez que fazia isso, algo dentro dela morria um pouco. Nada mais restava agora a não ser esperar que a Esperança retornasse e assumisse o seu papel dentro daquele coração solitário, que nada mais fazia a não ser esperar...mas esperar o que?



Débora Benvenuti

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Imaginação e o Pacote



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A Imaginação e o Eco






A Imaginação andava apreensiva.
Há muito tempo não conseguia imaginar.
Já se sentira assim um dia
e quando isso acontecia,
de nada adiantava chorar.
Seus pensamentos se confundiam
e ela não conseguia mais pensar.
Então saía a caminhar...
Seus passos a conduziam,
sempre ao mesmo lugar:
- O alto de um penhasco
onde podia a tudo observar,
até que pudesse se acalmar.
Parou um instante,
ouviu o Silêncio,
falou ao Vento,
sentou no rochedo
e começou a soluçar.
Pensou que nunca mais voltaria
a se lançar no espaço.
Suas asas estavam gastas
e a impediam de voar.
Então gritou bem alto:
- Eu quero voar...
Eu quero voar...
E o som retumbava,
trazido pelo Eco,
e ela ouvia o que ele dizia
e mal conseguia acreditar:
- Eu quero voar soava tão nítido,
que algo dentro dela
começou a despertar.
Essa voz que ela ouvia
a incentivava a voar.
Então se lançou no espaço,
abriu as suas asas
e percebeu que ainda sabia voar...


Débora Benvenuti

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O Tempo, a Promessa e a Imaginação


O Tempo se preparava para passar, majestoso, como sempre acontecia. Sabia  que muitos  esperavam ansiosos a sua passagem e isto o envaidecia muito. Ele desfilava garboso, com todas as expectativas que sabia que iria causar. Nesse momento, a Imaginação surgia em toda a sua formosura. Nunca era tão solicitada, em outras épocas do ano, como agora, quando o ano acabava por findar. A Promessa então surgia nessa hora e vinha cobrar tantas outras promessas que haviam sido feitas e abandonadas ao longo do caminho. A Imaginação também se cobrava, pois sempre imaginava muito mais do que podia cumprir. E o Tempo era implacável, cada vez que passava. Todos não queriam vê-lo passar? Ele chegava todos os anos e trazia consigo 365 bons motivos  para que as promessas não deixassem de serem cumpridas e mesmo assim, sempre havia alguém que dizia que não tivera tempo, pois o Tempo passava tão depressa, que era impossível  faze-lo parar... Soavam então as doze badaladas da meia-noite e as janelas da vida se abriam para ver o Tempo passar e mais uma vez, mais promessas eram feitas, muitas delas incapazes de serem cumpridas. Então a Imaginação também adormecia, e ficava na esperança de que a Promessa viesse então acordá-la, quando o Tempo passasse novamente na janela e tudo recomeçasse novamente...

Débora Benvenuti

sábado, 14 de dezembro de 2013

A consciência, o Pensamento e a Imaginação





Já havia um bom tempo que a Consciência se dera conta de que havia se formado um vazio no seu pensamento e por mais que buscasse a ajuda da Imaginação, nada mais acontecia. Já se fora o tempo em que a Imaginação voava livre, mesmo sem a ajuda do Pensamento. Algo acontecia com a Imaginação e não havia nada que mudasse essa situação. O Pensamento vagava horas a fio pelo infinito da Imaginação e quanto mais vagava, mais perdido ficava. Havia uma lacuna que precisava ser preenchida e quanto mais pensava nisso, mais a Consciência se certificava de que precisava encontrar uma saída. Eram várias portas que haviam se fechado, impedindo a saída da Imaginação. Nunca houvera uma situação que se prolongasse por tanto tempo. Era o caos virado do avesso. As palavras sempre foram muito inteligentes, mas agora elas não sabiam mais como se organizar. Sem a ajuda do Pensamento, elas se misturavam umas às outras e não conseguiam se expressar. E por assim ser,nada mais poderia ser feito a não ser esperar que de repente,tudo voltasse a ser como era antes. A Imaginação precisava descobrir onde havia perdido as suas asas e quando as encontrasse, voltaria novamente a voar... 

Débora Benvenuti

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Imaginação e o Trabalho


 Imaginação e o Trabalho




A Imaginação estava inquieta.
Seu trabalho era imaginar
e desse trabalho não podia se esquivar.
Se não trabalhasse
nada mais teria o que contar.
Ficou olhando as letrinhas do teclado
e nem uma só palavra conseguia formar.
Pensou em tudo que já imaginara,
mas nada a fazia se concentrar.
Quando o trabalho dava trabalho
ficava difícil trabalhar,
muito menos imaginar,
pensou a Imaginação,
pondo-se a meditar.
Não conseguia entender
porque no Dia do Trabalho
ninguém queria trabalhar.
Quem inventou o Trabalho,
será que sabia quanto Trabalho
o trabalho dava?
Talvez não soubesse,
pensou a Imaginação.
Depois que o Trabalho foi inventado,
ninguém viveu descansado.
Quem fica sem Trabalho
fica muito preocupado.
Correr atrás do Trabalho
dá muito mais trabalho
do que o Trabalho
que o trabalho dá.


Débora Benvenuti

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Distância



A Distância


A Imaginação acordou cedo
com um único desejo:
Queria encurtar a distância
antes que a Distância descobrisse
o seu intento.
Precisava descobrir um jeito
de seduzir à distância
essa Distância que fazia eco
em seu peito.
Nunca se imaginara tão eufórica
nem escrevera versos
tão simplórios,
mas isto não tirava a glória
desse invento contraditório.
Imagine encurtar distâncias,
se a Distância se fazia inglória.
Haveria uma forma
de fazer  a Distância se aproximar da
Imaginação e juntas poderiam
viver uma grande paixão.
Bastaria apenas um gesto,
pequeno,até modesto,
e a Imaginação criaria asas
pondo fim a distância
que a separava
dessa Distância que esmagava
os sentimentos da Imaginação.


Débora Benvenuti

sábado, 20 de agosto de 2011

Decepção




Decepção


A Imaginação precisava encontrar
uma palavra para definir
Decepção.
Mas por mais que se esforçasse,
não conseguia encontrar essa
Definição.
Era tal a sua indignação,
que nada superava essa sua
Rejeição.
Estava se sentindo a própria
Decepção.
Pintava com palavras,
Escrevia com o coração,
Transformava sentimentos
com muita emoção,
Mas nunca assassinara
nem um personagem
com a sua imaginação.
E agora se via transtornada,
sem encontrar uma palavra,
que expressasse a sua
Indignação.
Um personagem de sua criação
havia sido assassinado
sem nenhuma explicação.
E ela agora não sabia
o que fazer
para reverter essa situação.
A Imaginação estava tão decepcionada
que não encontrou nenhuma palavra
para descrever...
Decepção.

Débora Benvenuti