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domingo, 14 de outubro de 2018

O Amor, o Coração e o Perdão




Um Coração muito magoado,
se sentia muito amargurado.
Precisava falar com o Amor
e ser por ele perdoado.
Sentia-se muito cansado pelo muito que vivera.
O mundo todo percorrera,
atrás desse amor sem fronteiras.
Sabia que precisava urgentemente,
se desfazer dessa mágoa,
que consigo carregava.
Mas antes de falar com o Amor
e pedir que fosse perdoado,
precisava muito descobrir os segredos
que dentro dele se escondiam e
que ele próprio, desconhecia.
Então decidiu viajar,
fazer uma introspectiva do que fora a sua vida.
Saiu cedo, mal havia clareado o dia.
Levou consigo apenas a sua sabedoria,
que era tudo o que ele adquirira,
nesses anos todos de agonia.
Andou muito e pelos caminhos pelos quais seguia,
Ia encontrando as respostas que tanto queria.
Sentiu saudades da felicidade que sentira um dia,
e isso o fez ficar mais angustiado.
Numa curva do caminho, encontrou o Amor, desesperado.
Sentia falta do Coração,
Onde estivera hospedado.
Chorava muito e se sentia abandonado
e  vendo o Amor vir em sua direção,
se sentiu mais animado.
Mas não teve coragem de falar ao Coração,
mesmo sabendo que dentro dele havia muita compreensão.
Os dois se encontraram lado a lado,
mas nenhum deles sabia por onde começar o diálogo,
que não mais poderia ser adiado.
Cada um sabia o que deveriam falar.
Os erros que cometeram,
não poderiam ignorar.
O Perdão que por ali passava, resolveu ajudar:
Soprou baixinho, palavras de carinho
e o Amor se pôs a escutar.
Sentiu-se envolvido e comovido.
Estendeu os braços e tocou suavemente o Coração.
E assim, enlaçados docemente,
nem perceberam a presença do Perdão,
que se retirou lentamente
e foi habitar outros corações...



Débora Benvenuti





sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O Coração e o Amor


Depois de uma longa caminhada,
o Amor encontrou um coração
e resolveu fazer ali a sua morada.
O Coração desconfiado,
talvez por andar mal acompanhado
e já ter sido tantas vezes enganado,
não quis que o Amor entrasse.
Espiou pelo vão da porta entreaberta,
não deixando de ficar alerta,
caso fosse mais uma vez despertado,
do longo sono em que estivera,
por tantos anos de espera,
sem jamais ter sido incomodado,
por alguém batendo à porta,
justamente nessa hora,
em que repousava na sua almofada,
onde ficava longas horas a fitar o infinito.
Julgava que em algum momento,
alguém iria fazer o caminho inverso,
iria ler os seus versos,
que espalhara pelo universo,
implorando que o Amor passasse trazendo uma flor
e entregasse ao coração, com uma declaração,
dizendo que era o Amor o portador de tão singela flor.
E dessa vez então o Coração acreditaria que era mesmo o Amor,
quem passara ali tão perto.
Falava  palavras tão ternas,
e fazia  juras eternas,
que acabaram conquistando o coração.
Ele se sentiu tão enamorado,
que acabou abrindo a porta e deixando entrar o Amor...



Débora Benvenuti

quarta-feira, 30 de julho de 2014

No Vale da Decisão






Andando pela estrada,
um coração cansado,
encontrou-se em um vale encantado.
Percebendo estar sendo observado,
o coração sentiu-se incomodado.
Olhou para todos os lados,
mas não conseguiu descobrir
o que o fazia ficar tão desconfiado.
Foi então que ouviu uma voz que murmurava algo
que o deixou ainda mais admirado,
pois a voz evocava o seu passado.
Como num passe de mágica,
o coração se sentiu no tempo deslocado.
Viajou por muitos lugares,
reviveu amores esquecidos,
realizou todos os sonhos merecidos
e quando se julgou realizado,
retornou ao vale encantado
e percebeu que teria que tomar
uma difícil decisão:
- Continuar como vivera até então
ou dar asas a sua imaginação,
viver como sonhara o seu coração.
Esta seria a mais difícil decisão que precisaria tomar,
com resignação.
Qualquer que fosse a sua escolha,
assim viveria para sempre,
sem jamais voltar atrás na sua decisão.
O coração sentiu-se então tão diminuído naquele vale perdido,
que resolveu viver para sempre no vale encantado,
sonhar acordado,
viver enrolado no seu mais eterno conflito,
sufocar o grito e jamais acordar
do seu sonho aflito!




Débora Benvenuti

sábado, 17 de maio de 2014

As Chaves




A Imaginação havia saído,
caminhando sem destino,
e andava tão distraída,
passeando por um campo florido,
quando deixou cair,
sem ter percebido,
as chaves do seu coração.
Por entre flores muito belas,
ela se encantou com o colorido
das rosas e margaridas,
e das libélulas que
pousavam em cada flor
que desabrochava,
tornando ainda mais belo
aquele cenário encantador.
Foi por entre flores e cores
que a Imaginação percebeu
a presença do Amor,
que por ali passava
aspirando o perfume
de cada flor.
A Imaginação se encantou
com toda a delicadeza do Amor,
então procurou as chaves
que abriam as portas
do seu coração,
como não encontrou,
perguntou ao Amor
se não teria uma cópia
que pudesse usá-la,
para abrir o seu coração.
O Amor se aproximou
da Imaginação e
experimentou com as suas chaves
para ver se encaixava
naquele coração distraído
e percebeu comovido
que as chaves que ele
carregava consigo,
abriam qualquer coração.
A Imaginação ficou tão agradecida
que convidou o Amor
a se hospedar em seu coração,
desde que não se importasse
de jogar fora as chaves,
para que alguém que as achasse,
fizesse o mesmo
quando encontrasse um
coração distraído...

Débora Benvenuti


terça-feira, 1 de abril de 2014

A Esperança, o Coração e o Tempo




A Esperança estava de partida. Habitara durante muito tempo um Coração e por mais que insistisse, a cada dia percebia que o Coração não mais a ouvia. Não gostava de despedidas, por isso deixou o Coração ao amanhecer, enquanto ele ainda dormia. Sabia que estava ido ao encontro do desconhecido, pois estava tão cansada, que qualquer lugar seria melhor de morar, do que aquele velho Coração, que nem sequer mais batia direito e esse descompasso fazia a Esperança ficar desorientada. Às vezes ele batia tão rápido, que a Esperança pensava que ele havia encontrado o que buscara durante toda a vida. Depois, nada mais acontecia, e o Coração então adormecia profundamente, num sono cheio de pesadelos.
A Esperança caminhou durante muito tempo, carregando consigo todas as lembranças dos bons momentos em que habitara o Coração. Cansada demais com o fardo dessas lembranças, encontrou pelo caminho o Tempo, que estava sentado à beira de um lago, de águas muito límpidas e tranqüilas. Percebendo a Esperança se aproximar, notou o pesado fardo que ela carregava. Convidou-a descansar por alguns momentos e ela assim o fez.
O Tempo, conhecedor de todos os males e Senhor de toda a sabedoria, quis conhecer o que continha o fardo que a Esperança carregava. Ela então contou o quanto estava decepcionada com o Coração em que habitava. Contou-lhe os sonhos e os pesadelos que habitavam aquele coração e disse ao Tempo que desistira de fazê-lo acreditar em alguma coisa. O Tempo ouviu com toda a paciência que só ele possuía, os relatos da Esperança e quando ela terminou de falar, disse à ela que voltasse a morar no velho coração, porque era nesse exato momento de sua vida, que o Coração mais precisava de toda a esperança para continuar a viver.


Débora Benvenuti

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Coração Egípcio



Coração Egípcio



Um Coração adormeceu
e quando acordou percebeu,
estava num lugar estranho,
que não era o seu.
Atravessara o oceano
e todo o Mar Egeu.
Se encontrava agora,
nas areias escaldantes,
de uma terra distante,
cheia de mistérios,
onde o que havia,
era a magia,
que o envolvia.
Que lugar estranho,
observou o coração,
no momento em que acordou.
Estava num museu,
ou era tudo um sonho seu?
Ao seu lado percebeu,
que havia um sarcófago
e pulsando dentro dele,
um coração que lhe falava
palavras de amor,
o que muito o surpreendeu.
Parecia que o conhecia
e ele mesmo sentiu,
uma forte emoção,
o que fez bater mais forte
o seu coração.
Aquela voz
vinha de muito longe
e o coração reconheceu,
como sendo de um Amor
que o tempo não esqueceu.
Sentiu uma grande euforia
que o envolvia
e o fazia transportar
para um mundo que ele conhecia,
pois quem lhe falava de Amor,
era Tutankamon.
Então o Coração entendeu,
que o seu coração era de Nefertite,
e ele então se aquietou
e se deixou conduzir
por aqueles corredores
que tantas vezes percorrera
e nos braços do seu Amor
novamente adormeceu.
Viveu novamente as emoções
que já vivera tantas vezes,
ao lado desse Amor,
que novamente era Seu.

Débora Benvenuti

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Coração e a Esperança







O Coração acordou assustado.
Estava muito cansado
e tivera um sono agitado.
Passara a noite num lugar encantado,
onde haviam gnomos e fadas.
Lembrava apenas de algumas cenas,
que se delineavam em sua mente,
como um filme que assistia sempre.
E cada vez que isso acontecia,
ele sentia que precisava assisti-lo novamente.
Eram raros esses momentos,
Mas ele queria voltar a dormir
e sonhar o mesmo sonho,
mesmo que esse sonho fosse um tormento.
Queria continuar sonhando,
e pediu a sua amiga Esperança,
que o fizesse dormir,
e enquanto ele dormisse,
o transportasse ao mesmo lugar
onde sabia que iria encontrar outro Coração,
que o estava a esperar.
Ele sabia que só lhe restava sonhar,
mas enquanto fosse sonho,
poderia realizar.
Queria muito um Amor encontrar,
e a Esperança se pôs a imaginar como faria
para esse sonho realizar.
Enquanto o Coração dormia,
bateu de porta em porta,
até encontrar
um Coração de alma vazia,
que já não mais conhecia a Esperança.
Quando ela se aproximou,
o Coração ficou receoso
e dela se aproximou, cauteloso,
pois há muito tempo não a via.
A Esperança tentou convencê-lo
de que encontrara outro Coração
que desejava conhecê-lo.
O Coração ficou desconfiado,
pensou muito, pois já sabia
que a Esperança a qualquer momento
poderia abandoná-lo
e ele não queria outra vez
correr o risco de ser magoado.
Depois de muito pensar,
decidiu que era hora de recomeçar.
E de mãos dadas com a Esperança,
foi em busca do sonho,
que ainda guardava na lembrança...



Débora Benvenuti