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segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Coração e a Esperança







O Coração acordou assustado.
Estava muito cansado
e tivera um sono agitado.
Passara a noite num lugar encantado,
onde haviam gnomos e fadas.
Lembrava apenas de algumas cenas,
que se delineavam em sua mente,
como um filme que assistia sempre.
E cada vez que isso acontecia,
ele sentia que precisava assisti-lo novamente.
Eram raros esses momentos,
Mas ele queria voltar a dormir
e sonhar o mesmo sonho,
mesmo que esse sonho fosse um tormento.
Queria continuar sonhando,
e pediu a sua amiga Esperança,
que o fizesse dormir,
e enquanto ele dormisse,
o transportasse ao mesmo lugar
onde sabia que iria encontrar outro Coração,
que o estava a esperar.
Ele sabia que só lhe restava sonhar,
mas enquanto fosse sonho,
poderia realizar.
Queria muito um Amor encontrar,
e a Esperança se pôs a imaginar como faria
para esse sonho realizar.
Enquanto o Coração dormia,
bateu de porta em porta,
até encontrar
um Coração de alma vazia,
que já não mais conhecia a Esperança.
Quando ela se aproximou,
o Coração ficou receoso
e dela se aproximou, cauteloso,
pois há muito tempo não a via.
A Esperança tentou convencê-lo
de que encontrara outro Coração
que desejava conhecê-lo.
O Coração ficou desconfiado,
pensou muito, pois já sabia
que a Esperança a qualquer momento
poderia abandoná-lo
e ele não queria outra vez
correr o risco de ser magoado.
Depois de muito pensar,
decidiu que era hora de recomeçar.
E de mãos dadas com a Esperança,
foi em busca do sonho,
que ainda guardava na lembrança...



Débora Benvenuti

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Sonho e o Poema


O Sonho e o Poema



Madrugada.
 Luzes apagadas.
Era hora do Sonho
fazer o seu passeio
tão esperado.
Mas ainda precisava encontrar o seu parceiro,
 o cavalo alado,
porque era com ele que realizava
os mais fantásticos passeios.
Com ele viajava
nas asas da Imaginação.
E assim os dois iriam
até onde pudessem levar
os seus anseios.
Realizar tudo o que sonhassem.
Passear por lindos campos floridos,
encontrar o Amor mais querido
e com ele sonhar sonhos coloridos .
Andar em bosques encantados.
Beber água da fonte cristalina.
Amar na relva úmida de orvalho,
que caia de mansinho,
para não perturbar o Sonho,
que viajava ainda sonolenta
nas asas de seu parceiro,
que o transportava sem receio,
na sua imaginação.
Por onde passavam,
o Sonho se deliciava
com tudo que encontrava
e quanto mais pensava,
mais sonhos idealizava.
Mas ainda precisava encontrar
o seu amigo, o Poema,
porque quando o Sonho voltasse
 para casa,
precisaria ter quem contasse
o seu fantástico passeio.
E só quem poderia relatar
esses momentos mágicos,
era o seu amigo, o Poema.
Porém sem ele,
quando o Sonho acordasse,
tudo seria apagado
e seus belos momentos
ficariam esquecidos.
Por isso o Poema tinha nessa estória
o papel mais importante.
Mas só ele sozinho
não poderia dar conta do recado.
Precisaria ainda
de uma outra aliada,
que não poderia ser esquecida:
- A sua amiga, a Caneta,
que é quem ajuda o Poema
a contar os momentos
mais delicados
que o Sonho tenha sonhado...


Débora Benvenuti

domingo, 20 de novembro de 2011

O Sonho Abandonado




O Sonho Abandonado


Um sonho há muito tempo acalantado,
se sentiu abandonado,
depois de conviver muito
tempo em um  coração apaixonado.
Sabia que era hora de partir,
mesmo estando muito machucado.
Durante muito tempo,
foi cuidado pelo Coração onde habitara.
Era todo dia embalado,
e carinhosamente tratado,
para que continuasse a crescer forte,
e um dia deixasse de ser sonhado,
para  se tornar realidade.
Mas isso não aconteceu,
para desespero do Sonho,
que se viu de repente acordado,
e o que parecia ser um sonho,
nunca chegou a ser verdade.
O Sonho ainda tentou convencer o Coração
de que ainda podia ser sonhado.
Mas como convencer aquele Coração
que já fora tantas vezes enganado?
Como dizer a ele,
que era sonho sim,
mas que podia ser sonhado?
Depois de muito argumentar
e sem nada a acrescentar,
que pudesse fazer o Coração,
esse sonho continuar a sonhar,
o Sonho recolheu os pedacinhos
do que já fora sonhado,
guardou tudo em uma valise,
e sem se despedir do Coração,
saiu em busca de outro lugar
onde pudesse ser sonhado,
em toda a sua dimensão,
com muito mais convicção.

Débora Benvenuti 

terça-feira, 21 de junho de 2011

As Lágrimas do Silêncio


As Lágrimas do Silêncio


O Sonho deslizava suavemente
pelo tapete mágico da mente.
Seus pezinhos delicados
estavam machucados
de tanto andar ao relento.
Fazia frio e o sereno da noite
era tão intenso,
que mais parecia um véu
salpicado de gotículas brilhantes.
O Silêncio adormeceu,
cansado de esperar pelo Sonho.
E quanto mais esperava,
mais cansado ficava.
Sabia que um dia o Sonho
estaria de volta
e o Silêncio poderia adormecer,
aconchegado ao Sonho.
E os dois assim apaixonados
viveriam novamente lado a lado.
O Sonho sempre aparecia
quando o Silêncio adormecia.
Era tão delicado,
que por onde passava
rabiscava palavras de carinho
na memória do Silêncio,
para que ele quando acordasse,
lembrasse de tudo o que haviam
sonhados juntos.
Mas muitas vezes o Sonho desaparecia,
cansado de ser só sonho.
E quando isso acontecia,
o Silêncio entristecia.
Ficava calado por longos períodos
e nem mais um som se ouvia.
As lágrimas do Silêncio
escorriam por sua face,
feito lâminas de aço.
E quando o Sonho aparecia,
o Silêncio se desfazia.
A lágrima que escorria,
Desaparecia...


Débora Benvenuti