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sábado, 23 de junho de 2018

O Acendedor e o Candeeiro







O Acendedor de Corações
acendeu tantos corações,
até que o fogo do seu candeeiro apagou
e com o vento como açoite,
voltou para o seu leito
e dormiu como nunca antes
havia feito,
nos lençóis amassados e desfeitos...
Sonhou tantos sonhos ,
mas nenhum deles era perfeito.
Não entendia mais o que acontecia,
só sabia que nada mais sentia.
O coração adormecido,
virou pedra de gelo
e não mais se aquecia.
A neve em flocos caia
e apagava as pegadas
do último coração em que habitara.
Sentia o frio cortante
tal qual lâminas de aço,
a  perfurar-lhe a alma,
espalhando os estilhaços.
E sem ter como acender o candeeiro,
soprou nas palhas do celeiro,
e com o frio que fazia,
o fogo não mais acendia 
e o Coração 
não mais se aquecia.



Débora Benvenuti

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

EM BUSCA DO AMOR



Em Busca do Amor

 

O Acendedor de Corações
acordou preocupado.
Há muito tempo não saía mais
à noite e tivera um sono agitado.
Sentia-se cansado e desanimado.
Por mais que pensasse em algo
para fazer,
continuava só e angustiado.
Ele próprio havia acendido
tantos corações,
porém o seu coração continuava
apagado.
Depois que todos haviam se retirado
e dormiam um sono sossegado,
era hora do Acendedor
voltar a sua rotina
e fazer do Cupido seu aliado.
Sairiam todas as noites,
Como sempre haviam feito.
O Acendedor com o seu candeeiro,
procurando corações onde os sonhos
haviam sido desfeitos
e o Cupido ao seu lado,
flechando corações amargurados,
onde a Chama do Amor
há muito tempo havia apagado.
E foi numa noite gelada,
em que o frio da madrugada
transformava  os flocos que caíam
em chumaços de algodão,
que o Acendedor de Corações
decidiu que precisava de um amor
para aquecer seu coração.
Saiu caminhando sem destino,
e decidiu naquele instante,
que acenderia o seu coração
antes que a chama do seu candeeiro
apagasse e o frio da noite aumentasse...



Débora Benvenuti