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sábado, 13 de julho de 2013

A Depressão e a Esperança



A Depressão era um ser incompreendido.
Vivia num canto escuro
e raras vezes via o clarear do dia.
Sentia-se só e deprimida
e muitas vezes era invadida
 por pensamentos negativos
e por mais que quisesse,
não conseguia se levantar
do lugar onde ficava o dia todo
a se lamentar.
Queria muito dessa inércia se libertar,
mas não sabia o que fazer
e nem a quem recorrer.
Os amigos tentavam em vão
dizer palavras de incentivo
e quanto mais se esforçavam
mais a Depressão se amargurava.
Um dia, já cansada e desmotivada
saiu pela estrada,
arrastando o seu pesado fardo.
Quanto mais caminhava,
mais desalentada ficava.
Aproximou-se de um riacho
de águas cristalinas
e viu seu reflexo na água refletido.
Observou com mais cuidado
e pensou ter escutado
uma voz que vinha do
fundo do  riacho.
Era uma voz melodiosa
que encantou aos seus ouvidos.
Falava de Esperança
e de um amor não correspondido.
Mesmo assim, acreditava
que a Vida era maravilhosa.
Não havia nada no mundo
que pudesse ser melhor
do que ver o dia amanhecer.
Acreditar nos sonhos
e não deixar a Esperança
adormecer.




Débora Benvenuti

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Depressão e a Esperança




A Depressão e a Esperança



A Esperança acordou animada. Calçou os chinelinhos e se levantou da cama. Espreguiçou-se e foi abrir as cortinas do seu quarto. O dia estava lindo. O sol se infiltrava por entre as persianas da janela e desenhava lindas figuras na parede.Tudo parecia perfeito. Depois de se vestir, a Esperança saiu cedo, como sempre fazia. Adorava respirar o ar puro a cada manhã. Isto a fazia sentir-se bem e era muito bom começar o dia assim. Havia uma alameda coberta de folhas secas que mais parecia um tapete e era por lá que a Esperança adorava caminhar. Por onde andava, encontrava os amigos e ia espalhando mensagens de ânimo a cada um deles. Nessa manhã, deparou-se com a sua amiga Depressão, que há muito tempo não encontrava. Ela estava sentada embaixo de uma árvore, absorta, olhando fixamente para um ponto indefinido e não percebeu a Esperança ao seu lado.
- Posso ajudar, amiga Depressão? Sem esperar resposta, a Esperança sentou-se ao lado da Depressão. Recostou-se no tronco da árvore onde a amiga se encontrava e ficou esperando que ela falasse alguma coisa. Como não obteve resposta, pensou em alguma coisa para dizer. Precisava induzir a Depressão a contar o que a afligia tanto, mas o silêncio da amiga começava a preocupá-la.
Depois de alguns minutos em silêncio, a Depressão falou:
- Não consigo pensar em nada que me interesse. Fico horas observando o nada e nada acontece.
- Você já procurou ajuda de um profissional?
- Ninguém pode me ajudar, falou a Depressão, olhando fixamente um ponto que só ela podia ver.
- Às vezes também me sinto assim. Na verdade, acho que todos nós em algum momento nos sentimos assim, sem ânimo para nada. - Mas eu não consigo fazer as mesmas coisas que fazia antes. Sinto-me cansada e não consigo me concentrar em nada. - Pois devia fazer um esforço. Por que não tenta levantar, caminhar ao meu lado, enquanto conversamos?
- Até para caminhar me sinto cansada. Nada que eu comece, consigo terminar. - Pois vamos tentar juntas, disse a Esperança, estendendo a mão para a amiga, para que ela pudesse se levantar. A Depressão aceitou a mão que a amiga lhe oferecia. Levantou-se com algum esforço e se pôs a caminhar ao lado da Esperança. Depois de algum tempo calada, a Depressão percebeu que as coisas não pareciam tão ruins como antes. A Esperança corria alegremente à sua frente, fazendo tantas piruetas que a Depressão acabou achando graça da amiga. Primeiro, foi só um sorriso tímido que aflorou aos seus lábios. Depois, foram sonoras gargalhadas que se podia ouvir a quilômetros dali. As duas riam alegres e despreocupadas. Por um momento, a Depressão esqueceu dos seus problemas. Era tão bom poder conversar, rir de pequenas coisas e não pensar mais em nada. As duas seguiram conversando animadas. Quando se despediram, a Esperança novamente aconselhou a Depressão a procurar um médico e a seguir o tratamento direitinho. Fazendo isso, em pouco tempo ela estaria novamente vendo o mundo com outros olhos.

Débora Benvenuti