A
Imaginação precisava encontrar
o
Silêncio e com ele conversar.
Há
muito tempo se sentia desanimada
e
não mais conseguia imaginar.
Seus
pensamentos eram confusos
e
as idéias não mais a ajudavam
a
se encontrar.
Decidida
a descobrir
o
que a fazia assim agir,
saiu
na madrugada a procura
do
Silêncio e o encontrou sozinho,
no
alto de um penhasco.
O
Silêncio observou a Imaginação
se
aproximar
e
logo pensou no que ela
iria
falar.
Sabia
tudo o que acontecia
com
a amiga,
mas
como era muito observador,
não
queria aquele momento transpor.
Ficou
em silêncio,
como
era do seu costume.
Sabia
o quanto a Imaginação
estava
cansada.
Suas
asas estavam quebradas
e
ela não conseguia mais voar.
A
Imaginação se aproximou
do
Silêncio e se pôs a falar:
-
Amigo Silêncio, podes me escutar?
Ao
que o Silêncio concordou,
balançando
a cabeça, docemente.
-
Estou a escutar...
A
Imaginação então contou ao Silêncio,
o
que a impedia de voar.
Da
última vez que sonhara,
voara
tão alto,
que
esquecera das suas asas cuidar.
Quando
percebera
que
o sonho acabara,
do
alto daquele penhasco despencara,
e
suas asas quebrara.
Assim,
não mais podia voar,
como
tantas vezes fizera.
O
Silêncio nada podia fazer,
para
consolar a Imaginação.
Sentia
uma enorme vontade
de
falar,
mas
não sabia como
se
expressar.
Então,
estendeu os braços
e
envolveu a Imaginação,
com
tanto carinho,
que
ela se pôs a soluçar.
O
Silêncio cuidou dos ferimentos
da
Imaginação,
até
que ela pudesse voar.
E
numa manhã ensolarada,
a
Imaginação se sentiu
mais
animada,
se
sentiu reconfortada.
Do
alto do penhasco,
se
despediu do Silêncio,
bateu
as asas com cuidado
e
percebeu que estava curada.
Agradeceu
ao Silêncio
e
se lançou do nada,
na
imensidão do espaço
que
a esperava...
Débora
Benvenuti
Nenhum comentário:
Postar um comentário