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terça-feira, 20 de abril de 2010

O Acendedor de Corações



O Acendedor de Corações

 


Era uma noite gelada e fria,

em que o sereno da

madrugada caia.

O vento castigava a quem

não se abrigava da noite

que se prolongava,

como uma ave de rapina,

estendendo as suas garras,

até alcançar o raiar do dia.

Nessa noite o Amor

se compadeceu,

de todos aqueles

que não tinham um amor,

para chamar de seu.

Acendeu um candeeiro

e saiu na noite escura,

como um curandeiro,

procurando um coração,

que precisasse de um pouco

de paixão,

para dar vazão à emoção

que fazia eco em seu coração.

Andou por muito tempo

e foi acendendo todos os corações,

em que a chama da paixão,

o vento do tempo apagara.

Por onde andou,

só encontrou as cinzas

que a paixão deixara,

nesses corações que nunca mais

amaram e já haviam esquecido

o quanto o Amor os havia aquecido.

Acendeu tantos corações,

até que o fogo do seu candeeiro apagou

e com o vento como açoite,

voltou para o seu leito

e dormiu como nunca antes

havia feito,

nos lençóis amassados e desfeitos...

 

Débora Benvenuti




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