MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

terça-feira, 20 de abril de 2010




A Eternidade, o Amor e a Saudade


A Saudade e o Amor
diante da Eternidade foram se encontrar,
para explicar o que andavam fazendo
e cada um ao seu modo
foram se expressando:
_ A Saudade disse que havia deixado
muitos corações despedaçados,
enquando o Amor tentava compor
os caquinhos estilhaçados,
que a Saudade ia deixando pelo caminho.
Quanto mais longe de um coração
se encontrava,
mais a Saudade ia deixando a sua mágoa
e o Coração mais apertado ficava,
cada vez que a Saudade passava.
De tanto consolar o Coração,
o Amor acabou também ficando apaixonado,
pelo mesmo coração que a Saudade
havia deixado.
A Saudade, sabendo então que o Coração
estava de novo apaixonado,
resolveu voltar e questionar o seu lugar.
O Amor, sabendo de todos os males
que a Saudade havia deixado,
nesse coração tão amargurado,
jutou diante da Eternidade,
que jamais havia deixado
alguém tão só e desesperado.
A Eternidade,
conhecedora de toda a enfermidade
que a Saudade causava,
disse que o Amor era superior
a toda essa crueldade,
causado pela Saudade.
Resolveu que a partir desse momento,
cada vez que um coração se sentisse
aprisionado pela Saudade,
teria o direito de escolher o Amor
que mais afeto despertasse
e deixar a Saudade seguir
a mesma estrada que havia trilhado,
quando deixou o Coração
já tão gasto e humilhado.
Daquele dia em diante o Amor
e a Saudade nunca mais foram vistos
habitando um mesmo coração.
Quando a Saudade passava,
o Amor se fingia de cego,
para não ver a Saudade,
junto da Eternidade,
fazer juras de Amor
e enganar o Coração,
que mesmo apaixonado,
ainda pensava na Saudade...

Débora Benvenuti






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