
Neste blog estão reunidos alguns poemas e contos em que faço uso da Prosopopeia (Animação de Sentimentos e Seres Inanimados). Alguns destes poemas foram editados no meu livro "O ACENDEDOR DE CORAÇÕES", editado pela Corpos Editora - Portugal. Em alguns contos, também faço uso de figuras de linguagem para identificar os personagens, alguns reais,outros imaginários que povoam os meus pensamentos.
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
O Ponto Final e a Criatividade
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
O Gigante Adormecido
Em um Reino distante vivia um Gigante que permaneceu num sono profundo por mais de 13 anos. Ninguém se atrevia a acordá-lo, porque todo o Gigante quando acorda, se torna muito maior do que sua aparência possa aparentar. Foram anos sombrios, em que os súditos do Reino permaneciam na mais obscura miséria e ignorância. Há quem afirme que muitos sofreram uma lavagem cerebral, tanto nas classes mais humildes até aqueles que tinham algum esclarecimento. Os que nada tinham, continuavam na ignorância, mas aqueles que detinham o conhecimento, se aproveitavam disso para acumular fortunas e saquear o castelo. Aos poucos, os súditos do Reino foram se dando conta que era hora de dar um basta em tudo. Suas armas eram as suas palavras e com elas foram reunindo o maior número de pessoas que puderam alcançar. Ninguém imaginava que a união dessa minoria se tornaria tão grande a ponto de derrubar o opressor. A luta estava apenas começando. Aos poucos, todos foram se mobilizando e se comunicando pelas redes sociais. Era hora de o Gigante acordar. Quando acordou, ninguém mais conseguiu deter o Gigante, que a cada dia foi massacrando o adversário até a sua derrota final. Finalmente, as correntes se romperam e o Gigante assumiu o que era seu, por direito.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
A Obsessão e a Crítica
A Obsessão é um ser intolerável. Não suporta a Crítica, mas adora jogar pedras
em telhado de vidro. Muitas vezes essas pedras quebram o vidro e quando são
revidadas, nunca são toleradas, no mais amplo sentido da palavra. E as palavras
às vezes são as Criticas mais sensatas que se possa fazer, mas nunca são
aceitas pela Obsessão. A Obsessão é como um touro enfurecido. Abaixa a cabeça e
assopra um vento tão forte, que suas narinas chegam a tremer e assim, com toda
a fúria, investe no desarmado autor da Crítica, na esperança de reduzi-lo a pó.
Quando percebe que suas tentativas são frustradas, fica mais enfurecido e com
suas imensas patas, tenta esmagar o adversário. É um salve-se quem puder. Quem
fez a Crítica tinha lá as suas razões, o que não se pode dizer da Obsessão.
Esta sim é incapaz de enxergar o que está a um palmo do seu nariz. Por isso se
diz que um touro enfurecido não tem visão, apenas se deixa levar pelo
movimento. E o movimento é o que não falta ao autor da Crítica. O movimento do
adversário e o momento propício. Estes dois elementos são a base de quem
pretende fazer a Crítica.
Débora Benvenuti
A PALAVRA E A ESCRITA
A Palavra era soberana. A Escrita era incontestável. Esses dois seres passavam o tempo todo questionando o poder que cada um deles exercia nas pessoas. A Palavra, quando decidia dar o tom exato a que se propunha, não havia quem não se apaixonasse por seus dizeres. A Escrita, por sua vez, se julgava muito mais importante, porque sempre argumentava que as Palavras o vento levava, e a Escrita permanecia para sempre na memória de quem um dia as lia. A Palavra estava certa em suas convicções. Tinha o poder de atrair sempre mais e mais adeptos toda a vez que se fazia ouvir. A Escrita questionava sempre as Palavras que eram ditas. Dizia que muitas vezes quem as ouvia não entendia o seu significado e quando as repassava, não condizia com a verdade. Afinal, quem conta um conto, aumenta um ponto. E não é que isso era verdade? A Escrita então estava coberta de razão. Se alguém duvidasse do que fora dito, lá estava a Escrita, para quem quisesse ler. Com todas as letras! E onde estava a Palavra, nesse momento? Ninguém sabia responder. O vento que por ali passara, já se encarregara de as dissolver.
Débora Benvenuti
A Disputa
sábado, 3 de novembro de 2018
O Afeto,a Ternura e o Amor
Nascidos de um mesmo coração,
O Blog Falante e o Informante
O Poema e a Ilusão
O Poema estava apaixonado
pela Ilusão.
Escrevia versos e tentava
conquistar seu coração.
Com palavras carinhosas,
fazia todo o dia
uma declaração.
A Ilusão não queria
demonstrar a sua paixão.
Acreditava que tudo
não passava de uma mera confusão.
Por ser Ilusão,
muito cedo desapareceria
e causaria uma enorme decepção,
a esse coração que dizia amá-la
e não conseguiria viver
com a rejeição.
Sabia muito bem que sofreria,
e sabendo da sua triste condição,
tão logo percebesse o engano,
partiria sem rumo e sem direção.
O Poema, percebendo a sua hesitação,
pediu a Ilusão que convivesse
para sempre no seu coração.
Casariam sem muita badalação,
sem festa e sem convidados,
para não serem incomodados,
nesta nova fase
que iniciavam com tanta convicção.
Para não serem enganados,
selaram assim essa união:
O Poema viveria
e em seus versos escreveria,
tudo o que sentia,
mesmo sabendo que o que sentia
Era a mais pura ilusão.
Débora Benvenuti