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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A IMAGINAÇÃO E A INSPIRAÇÃO



A Imaginação e a Inspiração


Por mais que se esforçasse,
a Imaginação estava sem inspiração.
Sempre fora muito criativa,
mas depois que começou a trabalhar,
a Imaginação se cansou
e sem inspiração,
nada mais contou.
Queria dizer aos amigos
o motivo de sua ausência,
mas quanto mais pensava,
mais sentia que a carência
da inspiração tudo dificultava.
Não necessitava de relógio,
era livre e não media as horas.
Agora era escrava do tempo
e precisava estar atenta.
E foi com essa convicção,
que encontrou a Inspiração,
despida de qualquer intenção,
esperando o momento certo,
para fazer as suas persuasões.
Queria convencer a Imaginação
que ela não precisava da Inspiração.
Quando alguém perguntasse,
onde era a fonte,
bastava dizer que a nascente,
mudava a cada instante
e dependia da Inspiração
para ser sua representante.
Mas a Imaginação estava cansada.
Chegava em casa desanimada,
depois de um dia inteiro,
fazendo contas e calculando
o que devia fazer primeiro:
Se escrever novos roteiros
ou ir para a cama e adormecer,
para outro dia ver nascer
e sem mais argumentos,
se convencer,
que trabalhar é bom,
mas dá o que fazer...


Débora Benvenuti

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O SEQÜESTRO DA IMAGINAÇÃO

Blog de deborabenvenuti :Sonhos em Poemas, O SEQÜESTRO DA IMAGINAÇÃO
azul 8 
O Seqüestro da Imaginação

azul 8


A imaginação estava desolada.

Queria escrever alguma coisa,

mas não saia nada.

Desta forma,

ela ficava inconformada.

Sabia que era muito requisitada

e qualquer coisa que imaginasse,

sempre se transformava

em versos,

que ela a todos contava.

Porém, algumas vezes

passava a noite acordada.

Espiava pelo buraco da fechadura

e percebia que alguém

sorrateiramente a espionava.

Isto não a intimidava

e na hora que acordava,

sentia-se reconfortada,

sabendo que podia imaginar

tudo o que quisesse

e para isso

fazia muitos versos.

E tantos versos fez

que a muitos encantou,

com essa forma simples

de dizer tudo o que pensou.

Sabendo disso

e depois de muita informação,

alguém seqüestrou a Imaginação

e a escondeu em outro site,

onde só quem entrava

possuía a chave do cadeado,

que ficava trancado a sete chaves.

Só quem sabia jogar

poderia naquele site entrar.

A Imaginação gritou por socorro,

sabendo que quem a criou,

nada entendia de jogo

e precisou de muito fôlego

para resolver a situação.

Depois de uma investigação sigilosa,

a Imaginação enfim,

Saiu vitoriosa.

Jogou o jogo cautelosa

e voltou às páginas de onde saíra

com uma menção honrosa.


Débora Benvenuti

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A ALMA DA IMAGINAÇÃO





A Alma da Imaginação

  

A Imaginação estava assustada,
mas fingia que não sabia de nada.
Percebia que toda a vez que refletia,
mais alguém se metia
nos seus pensamentos
sem o seu consentimento.
Isso lhe causava muitos aborrecimentos.
Decidia que faria alguma coisa
e nem mesmo concluía o seu pensamento
e já mudava tudo
sem qualquer esclarecimento.
Muitas vezes se perdia
e não entendia as coisas
que lhe acontecia.
Parecia que tudo o que vivia
e os lugares que visitava,
não lhe eram desconhecidos.
Algum dia ali estivera
e sabia tudo como era.
O momento seguinte era igual
a outros tantos momentos
iguais a esse que vivia.
E até o que dizia,
já havia dito um dia.
Sua Alma inquieta
então lhe confidenciou
como tudo isso acontecia.
Enquanto a Imaginação dormia,
ela vagava pelo infinito
e fazia tudo como fora descrito
e num livro deixava escrito,
para que a Imaginação entendesse
que o que acontecia
um dia já fora escrito
e ela apenas teria
que traduzir esse manuscrito.


Débora Benvenuti


domingo, 2 de maio de 2010

A IMAGINAÇÃO E O RELÓGIO







 


 

 

A imaginação estava muito contente,

porque tinha novas idéias

para por em ação.

Encontrou o relógio

pendurado na parede

e fez a ele essa indagação:

- O que fazes aí parado?

Perguntou a Imaginação

ao seu amigo Relógio.

- Eu não estou parado.

Marco a Linha do Tempo.

- Para que marcar a Linha do Tempo,

se o Tempo não existe?

- É claro que existe,
respondeu o Relógio,

já um tanto indignado.

- E onde está a Linha do Tempo?

Perguntou a Imaginação.

- A Linha não existe.

Ela é só imaginária.

- Se é só imaginária,

isto quer dizer que ela não existe.

Portanto, se ela não existe,

por que não desces

dessa parede e vamos sair por aí,

fazendo algumas estrepolias?

- Se eu não marcar o Tempo,

quem irá marcar?

- Podemos pedir ao Sol e a Lua

que fiquem em prontidão,

enquanto nós dois saímos

em busca de diversão.

O Relógio então desceu,

escorregando pela cordinha do pêndulo

e lá se foi ele,

correndo atrás da Imaginação.

- Para onde vamos?

Perguntou o Relógio.

- Eu não posso correr muito,

tenho uma perna mais curta

que a outra e se correr,

sinto logo dor nas juntas.

- Não se preocupe,

pense apenas em algo que nos ocupe.

Tenho algo em mente,

que poderemos fazer somente,
enquanto penso em algo diferente.

- E o que faremos,

se tudo o que imaginas,

logo o transformas em ações?

- Pois sou muito criativa,

senão não me chamaria Imaginação.

E os dois lá se foram

praticando boas ações.

A primeira coisa em que pensaram,

foi inventar algo que fizesse

o mundo parar de girar.

Assim ninguém nunca mais iria

se atrasar.

Como a tarefa era muito difícil,

pensaram em algo mais prático,

que pudesse ser benéfico

a todos os seres do Universo.

Escreveram versos

e os espalharam por todos os lados,

dizendo que o Tempo

era o Senhor do Universo.

Por isso não percam Tempo,

tentando matar o Tempo,

já que ele não existe.

E se ele não existe,

Que fazes aí ... matando o Tempo...?

 

 

Débora Benvenuti

terça-feira, 27 de abril de 2010

A Imaginação e o Silêncio

 


 

 

A Imaginação precisava encontrar

 o Silêncio e com ele conversar.

 Há muito tempo se sentia desanimada

 e não mais conseguia imaginar.

 Seus pensamentos eram confusos

 e as idéias não mais a ajudavam

 a se encontrar.

 Decidida a descobrir

 o que a fazia assim agir,

 saiu na madrugada a procura

 do Silêncio e o encontrou sozinho,

 no alto de um penhasco.

 O Silêncio observou a Imaginação

 se aproximar

 e logo pensou no que ela

 iria falar.

 Sabia tudo o que acontecia

 com a amiga,

 mas como era muito observador,

 não queria aquele momento transpor.

 Ficou em silêncio,

 como era do seu costume.

 Sabia o quanto a Imaginação

 estava cansada.

 Suas asas estavam quebradas

 e ela não conseguia mais voar.

 A Imaginação se aproximou

 do Silêncio e se pôs a falar:

 - Amigo Silêncio, podes me escutar?

 Ao que o Silêncio concordou,

 balançando a cabeça, docemente.

 - Estou a escutar...

 A Imaginação então contou ao Silêncio,

 o que a impedia de voar.

 Da última vez que sonhara,

 voara tão alto,

 que esquecera das suas asas cuidar.

 Quando percebera

 que o sonho acabara,

 do alto daquele penhasco despencara,

 e suas asas quebrara.

 Assim, não mais podia voar,

 como tantas vezes fizera.

 O Silêncio nada podia fazer,

 para consolar a Imaginação.

 Sentia uma enorme vontade

 de falar,

 mas não sabia como

 se expressar.

 Então, estendeu os braços

 e envolveu a Imaginação,

 com tanto carinho,

 que ela se pôs a soluçar.

 O Silêncio cuidou dos ferimentos

 da Imaginação,

 até que ela pudesse voar.

 E numa manhã ensolarada,

 a Imaginação se sentiu

 mais animada,

 se sentiu reconfortada.

 Do alto do penhasco,

 se despediu do Silêncio,

 bateu as asas com cuidado

 e percebeu que estava curada.

 Agradeceu ao Silêncio

 e se lançou do nada,

 na imensidão do espaço

 que a esperava...

  

Débora Benvenuti