
Neste blog estão reunidos alguns poemas e contos em que faço uso da Prosopopeia (Animação de Sentimentos e Seres Inanimados). Alguns destes poemas foram editados no meu livro "O ACENDEDOR DE CORAÇÕES", editado pela Corpos Editora - Portugal. Em alguns contos, também faço uso de figuras de linguagem para identificar os personagens, alguns reais,outros imaginários que povoam os meus pensamentos.
domingo, 5 de dezembro de 2021
A ILUSÃO E O AMOR
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
O ENTREGADOR DE SONHOS E O SONO
Mais uma vez anoitece
e como sempre acontece,
lá vem o Entregador de Sonhos,
depois que todos adormecem.
Nessa noite,
ainda desperto,
um Coração espera
que o Sono se aproxime,
para pedir a ele que fique alerta,
espere o Entregador de Sonhos
e diga a ele que não esqueça
de deixar o sonho que ele mereça.
Que seja muito belo
e que realmente aconteça.
Pelo vão da porta entreaberta,
o Sono entra de mansinho.
Toca as pálpebras do Coração,
e ele vai caindo num torpor que o faz flutuar
e sem mesmo perceber,
acaba por adormecer.
É nessa hora que o Entregador de Sonhos se aproxima,
sempre na mesma rotina
e vai distribuindo os sonhos a quem ele mais estima.
O Sono, como prometera ao Coração,
ficara de plantão
e quando o Entregador de Sonhos apareceu,
pediu a ele para escolher um sonho,
que fizesse o Coração se enternecer.
Pudesse sonhar enquanto dormisse
e se realizasse após o amanhecer.
O Sono desenrolou o Sonho
e o colocou no travesseiro
onde o Coração adormecera.
Era um sonho cor de rosa
e o Coração sonhou,
como nunca antes sonhara.
Encontrou o seu amor
e dele nunca mais se separou.
Débora Benvenuti
sexta-feira, 10 de setembro de 2021
A Onça Pintada, o Gavião e o Caçador
O Gavião havia feito um acordo
com a Onça Pintada e estava desconfiado de que ela o estava enganando. Resolveu
marcar um encontro com a Onça Pintada e no dia combinado, o Gavião, muito
esperto, resolveu levar o Caçador com ele, para evitar possíveis desavenças.
Chegando ao local combinado, o Gavião e o Caçador foram convidados a aguardar
um momento, até que pudessem ser atendidos. A Onça pintada apareceu minutos
depois e convidou os dois amigos a seguirem-na. O Gavião se acomodou no toco de
um galho, pois estava com uma asa ferida e não podia voar. A Onça Pintada se
dirigiu ao Gavião e perguntou-lhe o seu nome e logo após, dirigiu-se ao Caçador
e perguntou qual o motivo dele estar ali. O Caçador então respondeu que o
Gavião estava ferido e precisava de quem o protegesse. A Onça pintada não
acreditou muito no Caçador e perguntou a ele se possuía alguma procuração para
defender o Gavião, ao que o Caçador respondeu: procuração pública não tenho,
mas a acompanho para resolver os seus problemas. A Onça Pintada não gostou muito
da explicação e respondeu: se o senhor não tem procuração para representá-la,
nem deveria estar aqui. Está cometendo um crime. Vou pedir ao senhor que se
retire. O Caçador então respondeu: Eu não vou me retirar. Vim aqui acompanhar o
Gavião e daqui não saio. A Onça Pintada começou a ficar nervosa, pois o Gavião
queria ver como andavam as negociações e como ele não tinha nada a apresentar e
com medo do Caçador, se pôs a gritar: Polícia,chamem a Polícia. Polícia.
Polícia e gritava desesperada, tentando ganhar tempo. E dizia ao Caçador: Vá
embora daqui. Vá embora daqui. E quanto ao Gavião,só retorne aqui com o seu
advogado. O Gavião saiu arrastando a asa quebrada e desapareceu com o Caçador,
sem entender muito o que estava acontecendo. O Caçador então se dirigiu a um
amigo, que tinha contatos com a TV Animal e pediu ajuda. Logo ficou acertado
que o Gavião poderia retornar acompanhado do advogado. Alguns dias depois, lá
se foi o Gavião acompanhado do seu advogado,o SR Corujão. Os dois foram
recebidos pelo chefe do escritório, outra Onça Pintada com jeito de ser o
maioral ali. Essa outra Onça Pintada, andou de lá para cá e com o peito
estufado se apresentou: Eu sou o SOLUCIONADOR. Resolvo qualquer problema e
disse, depois de muita conversa fiada e sem nenhum documento para apresentar,
que ele mesmo resolveria a situação. Passado alguns dias, o Gavião resolveu
entrar em contato novamente com o SOLUCIONADOR, para saber se havia resolvido o
caso, mas para seu espanto, ficou sabendo que a tal Onça Pintada, ficou com tanto
medo do advogado do Gavião que saiu correndo pela floresta e pelo caminho foi
derrubando todas as pintas e só depois se ficou sabendo que a tal Onça Pintada
não passava de um gatinho sem moral nenhuma.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
O Ponto Final e a Criatividade
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
O Gigante Adormecido
Em um Reino distante vivia um Gigante que permaneceu num sono profundo por mais de 13 anos. Ninguém se atrevia a acordá-lo, porque todo o Gigante quando acorda, se torna muito maior do que sua aparência possa aparentar. Foram anos sombrios, em que os súditos do Reino permaneciam na mais obscura miséria e ignorância. Há quem afirme que muitos sofreram uma lavagem cerebral, tanto nas classes mais humildes até aqueles que tinham algum esclarecimento. Os que nada tinham, continuavam na ignorância, mas aqueles que detinham o conhecimento, se aproveitavam disso para acumular fortunas e saquear o castelo. Aos poucos, os súditos do Reino foram se dando conta que era hora de dar um basta em tudo. Suas armas eram as suas palavras e com elas foram reunindo o maior número de pessoas que puderam alcançar. Ninguém imaginava que a união dessa minoria se tornaria tão grande a ponto de derrubar o opressor. A luta estava apenas começando. Aos poucos, todos foram se mobilizando e se comunicando pelas redes sociais. Era hora de o Gigante acordar. Quando acordou, ninguém mais conseguiu deter o Gigante, que a cada dia foi massacrando o adversário até a sua derrota final. Finalmente, as correntes se romperam e o Gigante assumiu o que era seu, por direito.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
A Obsessão e a Crítica
A Obsessão é um ser intolerável. Não suporta a Crítica, mas adora jogar pedras
em telhado de vidro. Muitas vezes essas pedras quebram o vidro e quando são
revidadas, nunca são toleradas, no mais amplo sentido da palavra. E as palavras
às vezes são as Criticas mais sensatas que se possa fazer, mas nunca são
aceitas pela Obsessão. A Obsessão é como um touro enfurecido. Abaixa a cabeça e
assopra um vento tão forte, que suas narinas chegam a tremer e assim, com toda
a fúria, investe no desarmado autor da Crítica, na esperança de reduzi-lo a pó.
Quando percebe que suas tentativas são frustradas, fica mais enfurecido e com
suas imensas patas, tenta esmagar o adversário. É um salve-se quem puder. Quem
fez a Crítica tinha lá as suas razões, o que não se pode dizer da Obsessão.
Esta sim é incapaz de enxergar o que está a um palmo do seu nariz. Por isso se
diz que um touro enfurecido não tem visão, apenas se deixa levar pelo
movimento. E o movimento é o que não falta ao autor da Crítica. O movimento do
adversário e o momento propício. Estes dois elementos são a base de quem
pretende fazer a Crítica.
Débora Benvenuti
A PALAVRA E A ESCRITA
A Palavra era soberana. A Escrita era incontestável. Esses dois seres passavam o tempo todo questionando o poder que cada um deles exercia nas pessoas. A Palavra, quando decidia dar o tom exato a que se propunha, não havia quem não se apaixonasse por seus dizeres. A Escrita, por sua vez, se julgava muito mais importante, porque sempre argumentava que as Palavras o vento levava, e a Escrita permanecia para sempre na memória de quem um dia as lia. A Palavra estava certa em suas convicções. Tinha o poder de atrair sempre mais e mais adeptos toda a vez que se fazia ouvir. A Escrita questionava sempre as Palavras que eram ditas. Dizia que muitas vezes quem as ouvia não entendia o seu significado e quando as repassava, não condizia com a verdade. Afinal, quem conta um conto, aumenta um ponto. E não é que isso era verdade? A Escrita então estava coberta de razão. Se alguém duvidasse do que fora dito, lá estava a Escrita, para quem quisesse ler. Com todas as letras! E onde estava a Palavra, nesse momento? Ninguém sabia responder. O vento que por ali passara, já se encarregara de as dissolver.
Débora Benvenuti
A Disputa
sábado, 3 de novembro de 2018
O Afeto,a Ternura e o Amor
Nascidos de um mesmo coração,