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domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Dúvida e a Curiosidade




A Dúvida e a Curiosidade



A Dúvida caminhava pela estrada

e trazia consigo um pesado fardo.

De vez em quando pensava em desistir,

mas corria o risco de não mais prosseguir

e abandonar para sempre,

o que estava a carregar.

Pensava às vezes se desfazer

um pouco do fardo que carregava,

mas não se atrevia sequer a abrir o saco,

que já cansada,

pela estrada arrastava.

Por onde passava,

encontrava sempre a Curiosidade,

que a espreitava,

em cada curva da estrada.

E quanto mais andava,

mais a Dúvida se martirizava.

Queria ter uma certeza,

uma apenas e já se daria por satisfeita.

Mas por outro lado, tinha medo,

de espiar dentro do saco,

que pesava a cada passo que dava.

E ela assim continuava,

confiando na certeza,

de que haveria um momento

em que não teria mais dúvidas.

 Quando a Curiosidade novamente a encontrasse,

se desfaria do  fardo,

que não mais conseguia carregar.

E assim, depois de muito pensar

e com os pezinhos doloridos de tanto andar,

encontrou a Curiosidade a lhe esperar.

Não teve mais argumentos,

para a Curiosidade enganar.

 Colocou o pesado fardo no chão,

devagar, sem nada falar.

A Curiosidade saltitava

e mal conseguia se conter,

querendo saber

o que a Dúvida tinha a esconder.

Então, lentamente,

a Dúvida se desfez do fardo.

De dentro dele,

como por encanto,

surgiu a  Esperança,

que deixou a Dúvida muda de espanto,

por que não sabia que o fardo

que pesava tanto,

se tornara tão leve,

depois que deixara a Curiosidade

espiar por um momento e

pôr fim ao seu tormento...



Débora Benvenuti

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vida que Segue



Vida que Segue


Um coração abandonado,
ainda muito perturbado,
embarcou numa casquinha de noz
e no mar foi lançado.
Não sabia que fora enganado
e assim, desamparado,
com o coração muito magoado,
decidiu que precisava
partir para outra viagem,
ao interior de si mesmo.
Navegou por muitos mares,
encontrou muitos adversários
e com eles, alguns falsários.
Mas isso tudo não o aniquilou,
pelo contrário,
o deixou ainda mais animado.
Sempre que partia
a navegar além dos mares,
encontrava tempo fechado,
com muito nevoeiro
encobrindo o seu veleiro.
Isso tudo não era motivo
para que o fizesse desistir,
de seguir sempre em frente
e novos horizontes descobrir.
Mesmo fragilizado,
naquele barquinho improvisado,
sentiu-se reconfortado
com a decisão que tomara.
As ondas do mar se erguiam
com tanta força,
que faziam a casquinha quase virar
e o coração ainda mais desesperado,
pensava no mar se lançar.
Depois de algum tempo
o mar pareceu se acalmar
e tudo voltou ao normal.
A casquinha no mar flutuou
e o coração serenou.
Depois da tempestade,
veio a calmaria
e o coração ainda receoso
percebeu que estivera á deriva
no mar revolto
e ainda envolto
em seus pensamentos,
na areia da praia
a casquinha atracou.
Desembarcou todo encharcado
e molhado até o pescoço.
Mas o sol que o aquecia
o deixou mais animado.
Sentiu a brisa do mar
a soprar encabulada.
Não se importou
em tirar as roupas molhadas
e seguir de novo
por uma nova estrada.
Só que agora,
muito mais reconfortado.
Com o coração cheio de esperança,
sem o peso das lembranças,
sentiu-se revigorado.
E percebeu...
Que a vida segue...

Débora Benvenuti

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Dúvida



A Dúvida




A Dúvida não conseguia dormir sossegada. Todas as noites acontecia a mesma coisa. Depois das atividades do dia, ela se acomodava no sofá, ligava a tv, escolhia um bom filme e se recostava em uma almofada para relaxar. Mas isso não a deixava sossegada. Ficava sempre na dúvida se não havia esquecido de fazer alguma coisa. E quando isso acontecia,
a Interrogação aparecia e tecia comentários que faziam a Dúvida ficar em dúvida.
- Você não está esquecendo nada, perguntava a Interrogação, só para ver se a Dúvida ficava curiosa.
- De que posso ter-me esquecido? Perguntava a Dúvida, erguendo uma sobrancelha, já pensando no que diria a amiga, ao ver que ela ficava em dúvida.
- Percebi que hoje você não fechou as persianas da janela do quarto...
- Fechei sim ou será que não?
- Está chovendo...vai entrar água pela janela...
- Mas eu tenho certeza de que fechei...ou será que não...?
Lá saia a Dúvida correndo para ver se havia fechado a janela...
Todos os dias ela revisava mentalmente tudo o que havia feito,mas acabava sempre esquecendo alguma coisa. Pensou em algo que pudesse fazer para não precisar mais ficar na dúvida. Depois de muito pensar, encontrou uma solução que acreditou ser razoável. Anotou em uma agenda de bolso as coisas que fazia todos os dias. Sempre que ia sair, verificava tudo cuidadosamente e ia marcando com um “x” tudo o que precisava ser feito. É claro que dava trabalho, mas era só uma questão de hábito. Assim, nunca mais ficaria na dúvida e a Interrogação não mais a importunaria...


Débora Benvenuti

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A DÚVIDA






A DÚVIDA

 
 
Um Coração que carregava consigo

muito sentimento,

caminhava tristemente

e ia deixando pelo caminho

as marcas de seus pezinhos.

A cada passo que dava,

a Dúvida o acompanhava.

Durante todo o trajeto,

sentia que era seguido,

por essa presença inquietante,

que invadia seus pensamentos.

Queria se desfazer desse sentimento,

mas quanto mais pensava,

mais a Dúvida o perseguia.

Fechar os olhos,

de nada adiantava,

porque até nesse momento,

ela estava presente,

como uma sombra agourenta,

que com seus braços o enlaçava

e o prendia tão fortemente,

que o Coração sufocava.

Queria gritar,

mas nenhum som saia,

e enquanto no sono se debatia,

mais a Dúvida o consumia.

Amanhecia.

Já era dia.

Enquanto a Dúvida existia,

sabia que nada mais faria.

Só restava esperar,

e acreditar que a Dúvida

um dia o pudesse deixar,

para que o Coração

pudesse simplesmente respirar,

e desse pesadelo todo acordar,

e livre para sempre,

novamente seus sonhos sonhar...


Débora Benvenuti