MEU LIVRO - EDITORA CORPOS - PORTUGAL

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sábado, 6 de novembro de 2010

A PAIXÃO



A Paixão



A Paixão embriagada
caminhava desmotivada.
Sentia-se enganada
e no Amor não mais confiava.
Cada vez que se declarava
o Amor fingia que não entendia
e a Paixão se consumia.
Ardia em chamas
e nada conseguia.
Fazia versos,
dizia o que sentia
e nada disso adiantava.
A Paixão então ficava a cada dia
mais determinada.
Precisava conquistar o Amor
e estava desesperada.
Seus argumentos eram cheios
de sentimentos.
A Paixão era uma chama ardente,
que se consumia lentamente.
Queimava como brasa
ao mais leve sopro da brisa.
E quanto mais a brisa soprava
mais a chama se propagava.
A Paixão se consumia
de tanto amor que sentia.
Até que um dia,
O Amor se contagiou
com o calor que essa Paixão
por ele sentia.
Era uma noite fria
e o Amor precisava de calor,
para aquecer o seu coração que sofria.
A Paixão então se aproximou do Amor
e o envolveu  docemente.
Falou da sua paixão
e do quanto precisava desse amor
para preencher seus dias.
Amor e Paixão,
a partir desse dia,
viveram tão unidos,
que se tornou impossível
descobrir qual dos dois
habitavam um mesmo coração.


Débora Benvenuti

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A VOLTA DO CORAÇÃO



A Volta do Coração





 

Um Coração que um dia havia amado,

a outro Coração por quem estivera

muito apaixonado,

resolvera voltar a procurar

esse Coração que há tanto tempo

havia abandonado.

A viagem era longa

e pela estrada ele vinha recordando,

tudo o que havia vivido com esse coração,

que tanto o amara.

Imaginou o que o Coração diria,

quando o visse voltando.

Pensou com carinho,

nas palavras que usaria,

para dizer o quanto o amara,

nesses longos anos em que sumira,

mas sempre disse que voltaria.

Isto foi uma promessa que cumpria agora,

com muita alegria,

vibrando de euforia,

por que sabia que por ele

o Coração sempre estaria esperando.

Quando chegou à casa

do Coração que tanto amara,

ele não estava mais a sua espera.

Havia partido para uma viagem

e nunca mais voltara,

por que no lugar onde ele agora

se encontrava,

só se ia,

nunca mais voltava...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

ESCUTA,CORAÇÃO!



 
Escuta, Coração!





Escuta, Coração!

Precisamos conversar:

Não finjas que não me ouves,

eu sei que só sabes amar.

Quem amas está longe

e talvez nunca venha a te encontrar.

Se esperas há tanto tempo

esse sonho realizar,

o tempo pode se perder no tempo

e fazer a noite se aproximar.

Ouves o vento lá fora?

Não é a voz do vento,

é só o canto da cotovia

anunciando o raiar da aurora.

É mais um dia de agonia,

para esse teu coração que implora,

por um pouco de carinho,

antes que se finde o dia

e termine a tua agonia,

de ver teus sonhos indo embora.

Escuta,Coração!

Por quanto tempo estás a espera

desse amor que não ouve o teu clamor?

Nem ousas mais falar de amor!

Só ficas nessa espera

desse alguém que não te espera?



Débora Benvenuti




sexta-feira, 11 de junho de 2010

A DÚVIDA






A DÚVIDA

 
 
Um Coração que carregava consigo

muito sentimento,

caminhava tristemente

e ia deixando pelo caminho

as marcas de seus pezinhos.

A cada passo que dava,

a Dúvida o acompanhava.

Durante todo o trajeto,

sentia que era seguido,

por essa presença inquietante,

que invadia seus pensamentos.

Queria se desfazer desse sentimento,

mas quanto mais pensava,

mais a Dúvida o perseguia.

Fechar os olhos,

de nada adiantava,

porque até nesse momento,

ela estava presente,

como uma sombra agourenta,

que com seus braços o enlaçava

e o prendia tão fortemente,

que o Coração sufocava.

Queria gritar,

mas nenhum som saia,

e enquanto no sono se debatia,

mais a Dúvida o consumia.

Amanhecia.

Já era dia.

Enquanto a Dúvida existia,

sabia que nada mais faria.

Só restava esperar,

e acreditar que a Dúvida

um dia o pudesse deixar,

para que o Coração

pudesse simplesmente respirar,

e desse pesadelo todo acordar,

e livre para sempre,

novamente seus sonhos sonhar...


Débora Benvenuti

domingo, 30 de maio de 2010

MEU CORAÇÃO SE APAIXONOU



Meu coração se Apaixonou




Meu coração andava inquieto

e por mais que eu indagasse,

não conseguia descobrir

o que o fazia andar tão quieto.

Com certeza me escondia

algo que não me dizia.

E por estar assim calado,

suspeitei que algo estava errado.

De manhã mal acordou

e da cama levantou.

Saiu pisando de mansinho,

com medo que eu acordasse.

Espiei sem que ele notasse

e vi que calçava os chinelinhos.

Arrumou-se todo faceiro

e saiu muito ligeiro.

Então o segui sem que

ele percebesse

e o vi se encontrar

com outro coração,

que o estava a esperar.

Percebi que entre os dois

existia um grande amor.

Não havia quem negasse

a existência desse amor.

Bastava que para os dois olhasse,

para perceber

o que fazia o meu coração esconder.

Compreendi que meu coração

estava por outro apaixonado.

Agora só me restava

voltar para casa e esperar,

que meu coração me falasse,

quem era o coração

que o fazia emudecer

e uma paixão assim me esconder.

Por mais que eu perguntasse,

ele nada me quis dizer.

E eu continuo sem saber

o que faz o meu coração sofrer.



Débora Benvenuti

sexta-feira, 21 de maio de 2010

MEU CORAÇÃO NÃO ESTÁ AQUI




Meu coração não está Aqui



A Imaginação acordou de repente
e percebeu que alguma coisa estava diferente.
Levantou-se rapidamente,
com uma estranha sensação.
Colocou os chinelinhos
que ficavam sempre ao lado da cama
e sem se vestir adequadamente,
saiu a procura do seu coração,
que havia desaparecido misteriosamente.
Pensou por alguns instantes
por onde poderia estar
esse seu coração ambulante.
Não era a primeira vez que isso acontecia
e ela não entendia
por que isso a deprimia tanto.
Correr em busca de um coração falante
era algo desgastante.
E se o coração falasse bastante?
Contasse tudo o que não poderia
ser dito num instante?
Haviam segredos guardados,
que não poderiam ser revelados.
Esse coração já sofrera tanto,
que nada mais o faria
desistir do seu intento.
Saíra com certeza a procura
de outro coração que o entendia sempre.
E a Imaginação se pôs a correr,
cada vez mais rápido,
antes que seu coração se distanciasse
e contasse os seus segredos.
Mas foi tudo em vão.
O pobre coração já havia feito
a sua declaração:
Confessou que não viveria mais
se não se entregasse
a esse amor que corroia seu coração.

 
Débora Benvenuti


segunda-feira, 3 de maio de 2010

O CORAÇÃO E A OSTRA


 



Certo dia um coração, sentindo-se cansado, velho e alquebrado,decidiu que não mais queria ser um coração. Desejou  ser uma ostra e assim sendo,foi esconder-se no fundo do oceano. Levou consigo apenas um grão de areia e embalado pelas ondas do mar, adormeceu e foi jogado na areia da praia. Um Português que por ali passava, recolheu a ostra e a abriu, descobrindo no seu interior, não mais um grão de areia, mas a mais bela pérola.Tomou-a em suas mãos e ficou observando-a,sem saber,o que fazer com ela. Naquele momento,a ostra desejou ser novamente um coração e ficou a espera de que o Português decidisse o que fazer com a pérola. Enquanto observava a pérola, ele pensou: Para que quero uma pérola, se já tenho tudo o que eu quero? A Pérola, percebendo a indecisão do Português,respondeu:- Eu não sou uma Pérola, sou apenas um coração e se me quiseres, poderás me levar contigo. Eu sou o Amor,a Chama da Paixão que o Vento do Tempo jamais apagará e existirei para sempre no seu coração.O Vento que por ali passava,ouvindo o diálogo dos dois,soprou mais forte e acendeu a Chama da Paixão que estavaa dormecida no coração do Português e ele, sentindo-se enternecido,recolheu o coração e o guardou no peito. A partir desse  dia, o coração nunca mais desejou ser uma ostra.

 

                                 Débora Benvenuti