Neste blog estão reunidos alguns poemas e contos em que faço uso da Prosopopeia (Animação de Sentimentos e Seres Inanimados). Alguns destes poemas foram editados no meu livro "O ACENDEDOR DE CORAÇÕES", editado pela Corpos Editora - Portugal. Em alguns contos, também faço uso de figuras de linguagem para identificar os personagens, alguns reais,outros imaginários que povoam os meus pensamentos.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
A EXPECTATIVA
A Expectativa
A Expectativa era um sentimento
que vivia latente
e se fazia presente
em todos os momentos.
Chegava de repente
e assumia um papel
tão enervante,
que desarmava qualquer
semblante.
Muitas vezes era tão inquietante,
que por mais que se quisesse
dela se desfazer,
não se encontrava um jeito
disso acontecer.
E ela sabia muito bem
o poder de sedução
que exercia,
qualquer que fosse a situação.
Nesse momento ela não se continha
e ia aumentando sua pressão,
até explodir de emoção.
Quando conseguia o seu intento,
deixava o ar tão tenso,
que até respirar,
se tornava um tormento.
O coração batia tão fortemente
que dava para escutar
o oscilar ofegante,
do ar que se infiltrava
pelas narinas sibilantes.
Aquele aperto na garganta
ia dando um nó tão fortemente,
que fazia a mente escurecer
e o chão desaparecer.
Depois vinha a calmaria
e a Expectativa desaparecia
bem assim como surgia.
Deixava na sua passagem
um vendaval de emoções
que estraçalhavam qualquer coração.
Quem com ela convivia todo o dia,
sabia o mal que ela fazia,
mas não conseguia
se desfazer dessa agonia,
que a todos consumia,
pelo menos uma vez ao dia.
Débora Benvenuti
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
O SENTIMENTO E A EMOÇÃO
O Sentimento e a Emoção
O Sentimento divagava enquanto
procurava uma explicação.
Que fosse muito convincente,
para falar a um Coração.
Precisava fazer uma declaração
e não sabia como exprimir essa sensação.
A Emoção o transformava
e isso o deixava sem muita ação.
Não podia expressar mais do que pensava,
isto o faria criar outras expectativas
e essa não era a sua intenção.
Muitas vezes a Emoção o dominava
e ele não conseguia
demonstrar sua afeição.
Então esperaria a ocasião oportuna
para falar ao Coração.
Diria com sinceridade,
palavras carinhosas,
para não ferir a sensibilidade
nem causar comoção.
Com muita emoção,
com os sentimentos latentes
martelando a sua mente,
Confessou que era somente
Amizade o que sentia.
Não era amor nem outro sentimento,
Isso ficava evidente.
O Sentimento,sorridente,
enfim ficou contente:
Demonstrou seus sentimentos,
Com Emoção,sem constrangimentos.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
NO TÚNEL DO TEMPO
No Túnel do Tempo
O silêncio escorrega
no túnel vazio da tua ausência.
As palavras despem-se
do sentido que as cobrem
e vestem-se de longos momentos
de agonia.
Já não ouço mais nem um som.
O vazio aumenta.
O vácuo engole voraz
a tua imagem
e o meu pensamento desfalece,
e audaz se desfaz,
na poeira do tempo
que o contempla.
Quero gritar,
mas nenhum som
se dispõe a me escutar.
As palavras se dispersam
e se perdem num emaranhado
de teias invisíveis.
Não vejo mais sentido
em nada do que eu digo.
Nem com frases mais eu consigo
descrever o que eu sinto.
O tempo corroeu o meu eu.
Desfez as marcas incrustadas
na saudade que grita
e agoniza na calçada.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O AMOR E A FELICIDADE
O Amor e a Felicidade
O Amor sonhava acordado.
Estava apaixonado
pela Felicidade.
Quanto ela passava,
admirava-a,encantado.
Suas vestes eram delicadas;
tinha as faces rosadas
e os cabelos encaracolados.
Exalava um suave perfume
de aroma adocicado.
Era tão encantadora
que a todos conquistava,
por onde passava.
Era envolvente e sedutora.
Trazia consigo flores,
de todas as cores.
Mas assim como chegava,
muito pouco tempo ficava.
Era muito requisitada
porque a todos encantava.
Também era muito invejada
e sempre havia alguém que a cobiçava.
O Ciúme a perseguia
e nunca a deixava sossegada.
Perseguia-a o tempo todo
sempre armando muitas ciladas.
Observa-a de longe
e não se conformava
em vê-la apaixonada.
Dava sempre um jeito de afastá-la
de quem ela mais amava.
Por isso a Felicidade
ia sempre embora,
sem mais demora.
Quem a conhecia,
Nunca mais a esquecia.
Débora Benvenuti
sábado, 7 de agosto de 2010
A IDÉIA E A EXPRESSÃO
A IDÉIA E A EXPRESSÃO
A Idéia surge de repente
e dá asas à Imaginação.
A Expressão que a tudo observa
faz anotação,
para que a Imaginação não se perca
na sua digressão.
Cada idéia representa
uma nova dimensão,
daquilo que se tem em mente
mas que precisa de Expressão.
É aí que surge o conflito
e gera novos atritos.
A Idéia busca uma nova solução
e a Imaginação entra em ação.
Observa atentamente
o que gera toda essa confusão.
Chama logo a Expressão
para que encontre
outra explicação.
E assim tudo recomeça:
A Idéia percorre o caminho inverso,
Refaz todos os versos
e percebe que tudo depende
Da forma de Expressão.
Débora Benvenuti
domingo, 1 de agosto de 2010
AO SOM DE UM VIOLINO
Ao som de um Violino
A Imaginação rodopiava alegremente
Ao som de um violino
Que chorava melodias de amor
Ao cair da noite.
A atmosfera romântica
Traduzia os sentimentos
Que esvoaçavam pelo ar
Feito folhas levadas pelo vento.
E ela sentia-se inebriante
Com a felicidade que a envolvia
Como um manto
E deixava-se acalentar docemente
Ouvindo aquele som
Que a elevava transbordante.
E o pensamento tão distante
A conduzia por terras distantes
Onde o amor fizera o seu ninho
E a conduzia, hesitante.
Tinha medo de acordar
E naquele instante
Não mais lembrar
Desse momento de euforia
Que amava tanto.
O som se extinguia lentamente,
Chorava a melodia
Que não queria se desfazer da noite
Que se prolongava...fria.
Débora Benvenuti
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