A Razão acreditava que estava sempre certa e assim sendo, não queria ouvir a Explicação, que estava sempre tentando mudar o curso dos acontecimentos. Para a Versão, esta situação sempre gerava muitas controvérsias. Havia sempre os dois lados da moeda. Não era assim tão simples achar que a Razão sempre tinha razão, mesmo que tivesse. Havia várias versões para o mesmo pressuposto, o que gerava muitas vezes, indignação. Mas afinal, de quem era a Razão? Quem poderia estar acima dos fatos e acreditar que não houvesse outras versões, muitas vezes defendidas com entusiasmo, algumas vezes exacerbadas, mas mesmo assim, com muitas interrogações? A Explicação se esmerava em contar os fatos com a maior credibilidade. Eram detalhes minuciosos, que ela se esmerava em apresentar, numa seqüencia de fatos que deixava qualquer um na dúvida mais cruel que se possa imaginar. E havia outras versões que não deixavam dúvidas ou margem para especulações. Então, como saber de quem era a Razão? Nem mesmo a Razão era capaz de acreditar na própria razão, com tantas versões de um mesmo fato. Havia Razões e Razões, que a própria Razão desconhecia.
Débora Benvenuti